domingo

Aquilino Ribeiro foi terrorista, não deve ficar no Panteão

Uma nota biográfica sobre o escritor
"Petição diz que Aquilino não é herói nacional
A petição começou a circular após a aprovação por unanimidade no Parlamento, no passado dia 8 de Março, do projecto de resolução nº 189/X, que concede Honras de Panteão Nacional ao escritor Aquilino Ribeiro.
O documento, acessível na internet, intitulado "Terrorismo não deve ter honras de Estado", discorda da transladação dos restos mortais de Aquilino Ribeiro (1885-1963) para o Panteão Nacional, porque isso significaria dar-lhe honras de Estado.
Um dos argumentos refere estar "historicamente provado" que o autor de Malhadinhas, participou na "conspiração para o assassinato do Chefe de Estado de Portugal, Sua Majestade El-rei D. Carlos, e Seu Filho, Sua Alteza Real o Príncipe Dom Luís Filipe".
Os signatários lembram que a decisão do Parlamento tem uma grave contradição. Acentuam que não se deve "propor às gerações vindouras" como "herói nacional" um escritor que esteve preso por "participar na preparação de atentados terroristas", e levado a tribunal por "participação em atentados bombistas".
Colocar Aquilino Ribeiro no Panteão Nacional é o mesmo, segundo estes cidadãos, que "equiparar a instauração da República ao acto de regicídio!". A petição, com pouco mais de uma página, pede a Jaime Gama, como presidente do órgão de soberania onde se aprovou o documento, que impeça a sua viabilização.
"Deixem que a Posteridade lhe teça os elogios literários que merecer! Mas não ergam em símbolo de cidadania quem deu provas de aceitar que os métodos terroristas e o assassinato de um chefe de Estado são meios procedentes e legítimos para instaurar ideais públicos", lê-se na documento que já tem quase 500 signatários ( http/www.forum-democracia-real.org).
Um dos primeiros subscritores da petição, o professor de Filosofia Política na Universidade Católica (UC), Mendo Castro Henriques, é peremptório com o DN: "Se houve terroristas em Portugal foram estes!"
O docente, que investiga com outros professores da UC todo o processo sobre os "intervencionistas" [grupo anarquista a favor da República], conclui que "se alguém sabia o que se passou com o regicídio foi Aquilino Ribeiro".
Embora admita que "nunca se provou que o romancista tinha estado no local a 1 de Fevereiro de 1908, provou-se, sim, que participava nos grupos terroristas".
Acesso a papéis secretos
A investigação em curso que deverá ser publicada em Novembro, sob o título O Código do Regicida, quer revelar - recorrendo aos documentos secretos de Abílio Magro, o escrivão que acompanha o processo do regicídio - "factos desconhecidos e provará que o regicídio não foi um acto espontâneo, mas uma conjura organizada" observa, ao DN, Mendo Castro Henriques.
Este e outros motivos também levaram Luís Guerreiro, um engenheiro que trabalha no Reino Unido, a assinar a petição porque, justificou ao DN, "não se deve encorajar no Portugal moderno dar as honras de Estado a uma pessoa com o perfil de terrorista e bombista".
Para o vice-presidente do Forum Democracia Real "não se deve passar às novas gerações, nem ao estrangeiro, a noção que esquecemos a História e os princípios de um Estado de Direito. Com isto, o Parlamento presta um mau serviço à imagem do País, quando o mundo está a braços com o problema do terrorismo".
Opiniões que terão contraditório entre os defensores da República."
Obs: Um debate a acompanhar, de um lado os defensores do rei, do outro alguns republicanos mais radicais que alinharam em esquemas revolucionários próprios da época de fim de monarquia.. Um século depois o nível do debate e das problemáticas em Portugal é este. Já agora, sugira-se aos contendores o seguinte: a Amália Rodrigues foi amante de alta finança lisboeta em tempos idos, atentou contra a moral e os bons costumes, no entanto ela foi para o Panteão. Bem sei que se tratam de "crimes" diferentes, mas por vezes o melhor mesmo é não revolver na história - porque ela é como as cerejas, e por vezes ocorrem imprevistos que ninguém pensava.
O melhor é olhar em frente, pois quando se olha muito para trás denunciamos duas coisas: não temos futuro e ainda podemos partir o pescoço. Não creio que esta seja uma discussão interessnate ou edificante, além de que a juventude de hoje nem o Eça lê quanto mais o vernáculo e o provincianismo do Aquilino.
Já agora solicite-se à Igreja que instaure um processo disciplinar post-mortem ao Eça por achincalhar a padralhada, que esconde milhares de vícios sob as batinas. Dantes e agora com a pedofilia parece que ainda é pior como se vai sabendo por esse mundo fora, cá dentro.