terça-feira

Borges - em up grade - via Biblioteca de Babel

Temos aqui teorizado as relações da blogosfera com os velhos leões, que cansados, pouco nutridos e musculados, sem erecção, com baixos níveis de testosterona, já quase cegos - têm ainda a ilusão de que são capazes de dar conta de todas as fêmeas, patrulhar o território e manter níveis de segurança perante a ameaça de grupos de leões rivais. Infelizmente, os jornais, as tvs e demais media tradicionais em vez de terem a humildade de aprenderem com alguma blogosfera, porque é de aprender que se trata, fazem o oposto e tentam ostracizá-la, plagiá-la, vilipendiá-la, com excepção daqueles jornalistas-servos que vegetam por essas casas da cultura queirozo-pessoanas - amigos de toda a gente - como as meretrizes - porque se vendem a troco de qualquer favor. Esses têm, necessáriamente, de andar a lavar a bocar permanentemente - porque a sua faringe é um armazém de dejectos côr-de-neve e de outras encomendas feitas por terceiros. É gente sem crédito, parcial, são os novos vendilhões do templo. E com a Informação não se brinca. Por isso, dizemos que hoje tudo é diferente. Nestes tempos anda meio mundo aliciando a outra metade... E nem sequer podemos virar a cabeça sem sermos seduzidos por outros tantos olhares sobranceiros. É o big brother da Tv com a Pub. permanentemente a bombardear, são os agentes bancários que não dominam o português para venderem aos clientes o paraíso na terra, são os caloteiros dos agentes seguros, são os agentes da política, os mafiosos da futebolítica, os autarcas corruptos armados em experts em táticas futeboleiras e outras transmissões televisivas, são as inaugurações, as férias, as férias das férias, a imigração ilegal, as prostitutas, a Net, os homeless, os arrumadores de carros, wherever.. Tudo parece viver em constante sedução. E a Net - é a versão mais sofisticada e visionária que nos foi legada, qual espécie de "Biblioteca de Babel" - imaginada por Jorge Luís Borges num célebre conto seu. Em que todos nós, a Humanidade, em qualquer momento e simultaneamente, poderiam somar-lhe materiais, que é o que faz da Rede, do Rizoma - uma plataforma de conhecimentos e de fluxos de informações potencialmente infinita. Eis o que me apraz dizer, também em homenagem a esse génio da literatura argentina, Borges, acerca da Biblioteca de Babel em que a Internet - com a blogosfera lá dentro - hoje se tornou. Se bem que hajam para aí uns leões a sangrar, sem testosterona a querer morder o imordível... Basta que esses abram o seu coração, deixem de ser maníaco-depressivos, narcisistas e personalidades borderline e façam o que Borges sugere: acreditem em infinitas séries de tempo: tempos divergentes, convergente e paralelos... Porque a morte é certa! Ou não?