Massas à bolonhesa... A Declaração de incertezas...
A DECLARAÇÃO DE BOLONHA: ENQUADRAMENTO E LINHAS DE TENDÊNCIA Nota prévia:
Sempre que vejo a Tv reportar o último aprisionamento de droga de qualquer parte do mundo em solo nacional, lá aparece a Judite, leia-se - a PJ - a reclamar a proeza como sendo a maior de todos os tempos. Depois aparece a cifra em euros e um homem fica a pensar quantas vivendas junto à praia poderia comprar com tanta coca que vai arder... Mas no dia seguinte, por um qualquer erro das polícias ou amadorismo dos artistas narco-traficantes, pois alguns nem nadar sabem, ocorre um outro aprisionamento, e lá vem de novo a Tv dizendo que agora é que foi - o maior de todos os tempos!!! Confesso que fico sempre baralhado. Desde que me conheço, já criei resistências a esse tipo de notícias. Pois o mesmo se passa com a formosa Declaração de Bolonha - que me lembra logo as pastas italianas, e a srª dona Bolonhesa. É triste mas é assim. Neste caso, associo a Educação às pastas, à coca e à Judite, é nisso que me fico... Depois vou comer uma lasanha porque a fome já é muita.
UMA ACÇÃO EM BUSCA DE SABER Este desafio que ora se coloca ao Ensino superior em Portugal deve articular a dialéctica entre conhecimento e acção, construindo-se ambos progressivamente durante e através do processo de mudança suscitado pelos valores (e objectivos) em presença. Vejamos alguns desses factores. A Versão integral encontra-se no nosso outro blog: http://www.culturanalise.blogspot.com
- Sirvam-se: 1) a competitividade do Sistema Europeu de Ensino Superior; 2) e a mobilidade e empregabilidade no Espaço Europeu. Sendo que para alcançar tais objectivos gerais se torna necessário atender a objectivos específicos: • a adopção de um sistema de graus comparável e facilmente inteligíveis; • a adopção de um sistema baseado essencialmente em dois ciclos, pré- e pós-graduado, incluindo: um primeiro ciclo relevante para o mercado de trabalho e um segundo ciclo requerendo ter completado um primeiro ciclo de, pelo menos, três anos; • o estabelecimento de um sistema (de acumulação e transferência) de créditos, tal como o ECTS; • a promoção da mobilidade de estudantes, docentes, investigadores e outro pessoal; • a cooperação na avaliação da qualidade; • a dimensão europeia do ensino superior. • A declaração apela ainda à cooperação intergovernamental e à contribuição das instituições de ensino superior para o processo. O conteúdo desta Declaração reveste-se de uma grande importância formal pelo número de Ministros que a assinaram e, muito naturalmente, pela sua substância e, por essa razão, não deve ser ignorada pela Universidade. Para além das problemáticas política e epistemológica (que adiante explicitaremos) a referida declaração de Bolonha suscita nas respectivas sociedades civis da União Europeia, a forma de saber como construir todo um edifício e um legado cultural: educativo e formativo nos países do Velho Continente. Ou seja, como edificar a Europa do conhecimento - que parece acompanhar a lei (sociológica) da conjuntura racionalizada pelo fenómeno da globalização política, económica, social e cultural. Talvez por essa razão, complexa nos seus termos, a Declaração de Bolonha traga à colação a necessidade de discutir o binómio que equaciona: que modelo de educação superior se pode generalizar a todos os países sem perda de identidades (e idiossincrasias culturais). No fundo, também aqui a globalização faz carreira, dentro e fora da Academia, dado ser um assunto que a todos, sobremaneira, afecta: • por um lado incorremos no risco de particularizar excessivamente as diferenças daqueles sistemas educativos provenientes das grandes potências políticas, económicas e culturais da Europa – criando o modelo do directório cultural que só interesse a alguns; • por outro, caímos na tentação de universalizar e homogeneizar as idiossincrasias inerentes aos sistemas culturais projectados nos sistemas de ensino superior de cada Estado-membro da União Europeia/EU...
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