Crise branca-de-Neve
Com a mudança de tempo os circuitos por onde flui a energia que nos alimenta os fogões eléctricos fica suspensa. Vai daí uma pessoa, se quiser comer, resolve ir comprar uma tarte de maçã (e outras miudezas) - à povoação mais próxima e sai pla janela e monta-se no cavalo para a coisa ser mais rápida. O pior é quando regressa a casa e passa pelo espelho: olha e assusta-se com o que vê. Pois em vez da sua imagem habitual depara-se com um pinguim a cambalear no WC - como se fosse o guarda-nocturno da banheira. É aí que sobrevém a crise existencial: uma crise branca; uma crise branca-de-Neve.
Paralelamente, e só para chatear, no momento em que Portugal ficou branco-neve - no Nordeste brasileiro fazem 35 graus à sombra e as águas das praias roçam os 30º.
- - O ideal, creio, seria que num só País pudessem coabitar estas duas atmosferas ao mesmo tempo. Essencialmente por duas (ou melhor - 3) grandes razões: ajudar os benfiquistas a esquecer a derrota d'ontem face aos "lagartinhos", já que hoje o motivo de todas as conversas culmina obrigatóriamente no branco-neve; e evitar que Sócrates vá esquiar para fora, pois agora - nessa tal coabitação climatérica - ele já poderia estampar-se cá dentro. E as divisas não saíam tanto... Além de dar um contributo inestimável para impulsionar o turismo nacional.
- A 3ª razão é mais pessoal: concretizar um sonho de criança: descer o Parque Eduardo VII a 120 kl montando nuns skissssszzzzz voadoares e ficar automáticamente encavalitado nos ombros do Marquês de Pombal, para daí bater umas "xapas" à Lisboa ribeirinha com o Cristo-rei a servir de enquadramento e, porventura, cheio de caimbras naqueles músculos...
- Afinal, a Mãe-Natureza é duma invenção e criatividade extraordinárias, e das suas forças e características pudemos perceber que há, afinal, crises boas: as crises brancas-de-Neve... Será isto o prenúncio para a retoma em força da economia nacional?!
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