Três livros da minha vida...
D. QUIXOTE
De Miguel Cervantes é uma obra universal e contemporânea. Ajudou-me a separar a aparência da realidade e a ser mais prudente. Estimulou o realismo da imaginação que na vida me fez vencer perigos e obstáculos. Mesmo sabendo que a vida está repleta de moinhos-de-vento e doutros simbolismos. Hoje recordo o génio espanhol por me ter dado a entender que os líderes e heróis impõem sempre a sua vontade sobre a realidade. Isto é fascinante porque implica a sujeição dos acontecimentos às ideias. Eis a iluminação interior que me deu força na vida. Por isso lhe estou grato.
ELOGIO DA LOUCURA
De Erasmo de Roterdão recordo a ironia queirosiana, esse jogo duplo que nos faz rir mostrando-nos a realidade sob a capa do irreal, aquilo que está escondido sob o jocoso. O paralelo com os nossos dias é gritante: príncipes ignorantes e mentirosos, cortesãos aduladores, filósofos estéreis. Então como agora, a Europa dança nessa dualidade no jogo na Loucura, nem sempre sinónimo de razão. A guerra, a corrupção, a lisonja, a fraude, a astúcia são formas intemporais que atravessam a Europa medieval até aos nossos dias. Entre o louco e o sábio importa ser prudente.
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