Thomas Schelling - o Nobel da Economia/05
Quando pensamos nos problemas do mundo e nos processos transnacionais e de interdependência estamos, na realidade, a equacionar as questões da guerra e da paz, da força e da fraqueza, do excesso populacional e da escassez de recursos, da poluição e da perservação do ambiente. Enfim, falamos da prosperidade e da pobreza, da liberdade e da opressão, da realidade e da ilusão, da acção e da apatia, da revolução e da continuidade, da identidade e da transformação, do ter e do não ter, dos "have" e dos "have not".
Se pensarmos à luz do nosso tempo podemos colocar a questão do seguinte modo: até que ponto podem os povos, os Estados e os grupos sociais modificar o seu comportamento, os seus objectivos, o seu carácter, a sua identidade interna e, ao mesmo tempo, manter a sua própria identidade?
Thomas Schelling - cedo percebeu que os conflitos integram a natureza humana, e assemelham-se a jogos cujos jogadores procuram manter um controle racional dos seus próprios lances. Embora não necessáriamente o desfecho desses lances. É a alguns dos jogos e dos modelos da teoria dos jogos que podem ser aplicados a outros sectores, como a competição na área dos negócios, da diplomacia, da política e da guerra e da paz. O xadrez, o póquer, o bridge, guardam essas semelhanças abstractas com as situações de conflito na vida real.
Este ano The Royal Swedish Academy of Sciences decidiu premiar conjuntamente:
- Robert J. Aumann
- Thomas C. Schelling
T. Schelling diz que as duas partes em conflito têm também o interesse comum de que a ameaça não se materialize. E eu lembrei-me logo do Zé Eduardo dos Santos (Zé Dú para os amigos) em Angola... Eles já estão em paz civil há uns anos. Mas a guerra foi sempre estimulada em certos sectores do aparelho de Estado. Terá sido por causa dos dólares, dos diamantes ou apenas só para afinar a pontaria e a precisão das armas???
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