1. Ter um “Saco Azul”;
2. Abusar do poder;
3. Prevaricar;
4. Cometer peculato;
5. Ter boas relações com o clube de futebol local;
6. Ter contas em zonas francas (opcional);
7. Ser corrupto Activo/Passivo;
8. Fugir aos impostos;
9. Branquear capitais;
10. Traficar influências
11. Oferecer porrada e asneirar em directo - como é apanágio de certos majores de aviário..
- (Agradecemos o envio desta metáfora da realidade a P. Ferreira).
- NOTA: Não aplicável em Amarante. Mesmo que fosse eleito - a criatura já é tão cómica e transloucada que julgo já ninguém com senso o leva a sério.
Dito isto, impõem-se agora tecer a tal reflexão que esta cegada da política lusa nos confinou. Quer dizer, a ânsia de capturar o poder é de tal ordem sofrega que a ideia de desenvolvimento e de progresso não fica estabilizada. E assim sofre alguma turbulência. A imagem da propaganda acaba por se sobrepôr à verdadeira natureza dos problemas que urge resolver. Sem esta discussão prévia - e serena - a ideia de progresso não assenta.
Isto suscita também uma responsabilidade acrescida por parte daqueles que perderam eleições, mesmo que por uma unha negra, como sucedeu em Oeiras. Em que a candiatura independente de Isaltino Morais iguala o score eleitoral em número de vereadores com o PSD liderado por Teresa Zambujo.
Daqui decorre um receio: é que quando a previsão de (vitória) não se confirma, a frustração instala-se perante o inesperado. E aqui o inesperado (mais ou menos consentido) pode traduzir-se em resistência à mudança manifestada através do próprio processo decisório na (in)governabilidade da autarquia.
Esta cadeia de raciocínios leva-nos a uma conclusão maior. A de saber se em certos casos, ou em todos, os perdedores alimentarão a teoria do ressentimento, que dificulta o quadro de relacionamento humano e político ao nível local. O qual impede deliberadamente a sociedade de progredir e de apoiar os seus projectos. Esta situação pode-se agravar e tornar explosiva se, por outro lado, os vencedores inflacionarem o seu ego e se tornarem demasiado arrogantes.
É por isso - pela tal ânsia de ganhar eleições custe o que custar - um pouco por todo o País - que se perdeu a noção da própria Ideia de Progresso, que não pode ser reduzida a uma mera questão interpretativa de resultados eleitorais nesta matemática dos números que, por vezes, nada dizem. Ou dizem muito pouco.
Mas mais grave do que aquela perda da noção de Progresso - perdeu-se também uma outra noção: a de Responsabilidade política, especialmente quando ela era produzida pela sociedade - que agora está irracional, dividida, fragmentada, ambivalente, neurótica, enfim, esquizofrénica.
Uma esquizofrenia explicada em Portugal por dois tipos de comportamentos. Ambos de natureza transcendental: uns prometem aos protugueses o paraíso do progresso; outros o inferno da dominação.
Vendo, por exemplo, a figura trágico-cómica de Valentim Loureiro, com todos aqueles tiques hitleristas, enredado no microfone - entre trejeitos caóticos e as asneiras buçais que o definem em directo - tenho alguma dificuldade em o arrumar em alguma tipologia.
Talvez seja por essa razão que quando ligo o televisor julgo estar no Júlio de Matos. Ou é o Miguel Bombarda??? Até eu já estou louco... de tanto ver...
Contudo, temos um paliativo. Com base numa "estória" que o amigo José Freire me enviou e resume muito melhor toda esta conflitualidade latente, por vezes mesmo explícita e ostensiva, neste Portugal político que está em guerra civil permanente. Apesar de o engº Sócrates, num exercício de plena hipocrisia política, dizer que ela existe em baixas quantidades. Talvez ele devesse ir a Felgueiras e dizer uma coisa à Fátinha, essa grande escapista da democracia da tanga que vivemos em Portugal.
Vejamos, a letra e o espírito desta estória - que pode resumir bem o Portugal do nosso tempo.
José estava farto da vida!
Um dia resolveu enforcar-se numa árvore. Esta, estava
tão seca, que o ramo quebrou.
Depois, José atirou-se para a frente de um camião.
Nada. Travou a tempo!
Tentou com uma pistola. Encravou.
Pediu ajuda a um amigo. Este, recusou.
Experimentou com veneno. Estava fora do prazo, ganhou
uma valente dor de barriga.
Estava desesperado! Tinha de encontrar uma solução
infalível.
Ligou a televisão, estava a começar o noticiário. Foi
aí que viu a escuridão ao fim do túnel. Era isso! Não
ia falhar!
Saiu, entrou no automóvel, e conduziu em direcção ao
norte. Ao fim de algum tempo, chegou ao seu destino
final. Na praça central de Felgueiras a agitação era
geral. José foi-se entranhando na multidão. Quando
estava bem no centro, gritou com toda a força que lhe
restava:
" QUERO QUE A FÁTIMA SE F---!!! "
O enterro é amanhã, às 15.30, na igreja do Bonfim.
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