A "estória" do 1º Panfleto-sério na história da contra-propaganda política em Portugal. E um caso ímpar na Comunicação política mundial. Em que uma fonte desconhecida beneficia substancialmente a candidata que visa penalizar. Já é um case-study de impacto global que está agendado nas melhores universidades de Comunicação dos EUA e arredores. Um caso a seguir com atenção planetária...
Parece, pela 1ª vez na história da contra-propaganda em Portugal e dos anais da história da Comunicação política, que apareceu um panfleto sério em Portugal descrevendo os rendimentos e o património da autarca de Oeiras, Teresa Zambujo. Na prática, um conjunto de cidadãos "bem intencionandos" deste país, que certamente gostam de Teresa Zambujo e apreciam e valorizam o seu projecto político, redigiram umas notas, colaram uma foto da Senhora nessas notas e, às 2 da madrugada de 2 de Outubro - deram-se ao trabalho de andar pelas ruas de Algés, Carnaxide, Linda-a-Velha e arredores a fazer campanha pelo PSD e por Teresa Zambujo - dizendo aquilo que todos nós já sabemos: é que a Senhora em questão, Teresa Zambujo, é séria e não tem contas no estrangeiro nem cometeu actos ilícitos, que configurem corrupção, peculato, nepotismo e conexos que visam o enriquecimento pessoal à sombra da função pública que exerce.
Por este andar, a mesma "rapaziada", os good-fellows de Al Pacino e Marlow Brando, ainda vão colar cartazes e distribuir canetas e demais broxuras de campanha de Teresa Zambujo, a mesma que parece ter tudo declarado no Tribunal Constitucional e não tem, segundo consta, bens no estrangeiro, inclusive na Suíça. De lá parece que só gosta dos chocolates e dos relógios... Mas ainda não conseguimos apurar se esses estão registados no TC.
Veremos, agora, no que dá o último acto do PR, Jorge Sampaio, no 5 de Outubro, com a sua proposta de inversão do ónus da prova (para moralizar a vida pública) - cometendo às pessoas fazer prova dos seus bens. Enfim, será uma medida de execução tão difícil quanto polémica - mas enquanto isso desfila - a corrupção política, económica, financeira ligada ao poderoso triângulo das autarquias, do futebol e da construção civil - já ganhou raízes seguras r foros de cidade no sistema político nacional. Também aqui o Presidente da República acordou tarde, pois já há muito deveria ter-se distanciado dos chamados candidatos-problemas (ou "candidatos-bandido", segundo expressão de Louçã, na sua linguagem neo-realista) que graçam país fora. E não fazê-lo agora - sob pressão das eleições eleitorais. Tudo em Sampaio é esforçado, retardado... Mas mais vale tarde do que nunca, o que traduz o seu apoio às pessoas sérias que estão na política.
Numa 1ª leitura, parece até que Sampaio sentiu agora a pressão política das circunstâncias, in extremis, porque a só a 4 dias das eleições autárquicas, é que elaborou um discurso político - em nome da República - que visa valorizar candidatos cujo perfil pessoal e político evocam Teresa Zambujo (e outros no País) procurando, ao mesmo tempo, penalizar - pela via da censura política e ético-moral, aqueles candidatos que têm problemas pendentes com a Justiça. É tarde Dr. Sampaio, mas mais vale tarde...
Os sinais visíveis das várias «crises» que atravessam a sociedade portuguesa vão dominar o discurso de hoje do Presidente da República, a última vez que Sampaio falará como chefe de Estado no dia 5 de Outubro. »
in Expresso, 5/10/05)
Mas retomando o objecto deste blogue: parece também que a família Zambujo tem dois carros de luxo oriundos da rica europa escandinava: dois Saab: um é um chaço de 1992 que vale 450 cts no mercado e ninguém os quer; o outro é mais recente e parece que vale tanto como um Renault Clio de 2002, usado, com 7500 Klms. Depois são os apartamentos que parece ter herdado da família, pelo facto de a Senhora ser filha única. Enfim, é só vantagens por ter tido uns pais remediados e não ter irmãos... Assim, evitam-se partilhas e até, porventura, alguns conflitos de fronteira na separação dos bens que o Camilo tão bem descrevia.
Há ainda um outro pequeno problema que foi descoberto, e se prende com um canivete suíço que a família Zambujo adquiriu há 13 anos numa viagem que fizeram pela Europa, e quando escalaram em Genebra - não resistiram ao referido canivete. Que tem, aliás, múltiplas utilidades. Abrir rolhas de garrafas de vinho e outras, como corta unhas, lima, chave inglesa, chave estavada e conexos. Dá também para mudar fusíveis queimados aos carros de Taxi - que circulam por essa Europa fora (inclusive na Suiça) e serve de busca pólos, o que é bom porque assim evitam-se muitos choques (cardíacos).
Resta-nos apurar se as funções do referido canivete suiço, dá também para "picar-bilhetes" no Metro de Lisboa... É a história do Sr. DElicado - a propósito do qual se conta a estória infra. Titulada: Um Pouco de Coisa Nenhuma...
Mas situemos os factos e as declarações da própria para depois enquadrarmos a coisa numa outra perspectiva mais "marketizada".
SIC
"O meu património e os meus rendimentos estão todos declarados no Tribunal Constitucional, são públicos e podem ser consultados. Ao contrário de outros, nada omiti ao Tribunal Constitucional". Teresa Zambujo reagiu assim aos panfletos anónimos, que surgiram esta segunda-feira no concelho de Oeiras e que põem em causa a sua credibilidade.
Sem dirigir qualquer acusação directa, Zambujo deixou claro quem era o alvo da reacção. Nas entrelinhas, foram várias as referências às investigações em que o seu adversário Isaltino Morais é arguido, que começaram por contas bancárias na Suíça, não declaradas.
"O meu património está em meu nome e em nome do meu marido, não está em nome de nenhum irmão, amigo, primo ou sobrinho", frisou.
Panfleto polémico
O panfleto anónimo que agitou ainda mais a campanha autárquica em Oeiras foi colocado durante a madrugada nos pára-brisas de carros estacionados nalgumas freguesias do concelho.
Citando a declaração entregue no Tribunal Constitucional, o panfleto refere que Teresa Zambujo tem contas bancárias e património no valor de 600 mil contos. E deixa a pergunta: como é que a candidata do PSD como consegue tudo com o salário de funcionária pública, dando a entender que Zambujo não terá bens de família que justifiquem.
O folheto acusa também a actual presidente da Câmara de, quando esteve à frente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, ter beneficiado “família e amigos em negócios de exploração de areias”.
Desespero e cobardia
Teresa Zambujo garantiu que, enquanto presidente da comissão, não despachou nem ordenou o despacho de "nenhum processo relacionado com areias", até porque tal não era da sua competência.
Para a candidata do PSD, os folhetos representam o "desespero e a cobardia de quem não consegue, de cara descoberta" atacar a sua "dignidade". Teresa Zambujo disse que vai avançar com uma queixa-crime contra os autores do panfleto.
A reacção de Isaltino
Ainda antes da conferência de imprensa da rival social-democrata, Isaltino Morais repudiou os panfletos, que considerou "cobardes".
O candidato independente afirmou também que não acredita que possam suspeitar da sua candidatura, uma vez que ele próprio tem sido o principal alvo de "insultos e difamações" durante a campanha.
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ALTO MARKETING POLÍTICO: TUDO BONS RAPAZES...
Em face do exposto, se eu fosse a própria, só tinha de agradecer à rapaziada amiga que, pela sua acção (leia-se, a emissão do panfleto) só reforçou a ombridade, seriedade e honorabilidade da família Zambujo. Assim, ficámos todos a saber o mesmo que já sabíamos antes. É um pouco como J. Sampaio vir dizer ao País, em conferência de imprensa, que é do Sporting, emociona-se facilmente quando este perde e está a terminar o seu 2º mandato como PR. A gente já sabe que é assim, então por que razão ele nos quer vir dizer essa lenga-lenga??? Porque gosta de se repetir, e como já está um pouco esquecido julga que está a transmitir ao País essa mensagem pela 1ª vez.
Ora, foi isto que a rapaziada do panfleto fez. Repetiu-se porque anda esquecida. Alguns até devem sofrer de Parkinson, e já guardam os sapatos no frigorífico e a placa dos dentes no saco do aspirador.
Na prática, a ajuda daqueles goof fellows foi de tal ordem - que Teresa Zambujo já subiu mais 3/4 pontos percentuais em matéria de intenções de voto - comparativamente ao seu mais directo adversário.
Por isso, concluímos estas notas sobre o caso do único Panfleto sério da história da propaganda política em Portugal depois do 25 de Abril. Antes, como se sabe, havia só fado, futebol e Fátima. E as pessoas, apesar de tudo, eram menos burrinhas quando promoviam - sem querer - a imagem do grande Botas, ié, do Salazar.
Mas dizia - que o grande propósito da malta do panfleto, que não sabemos quem é, deu um tremendo contributo ao PSD e à sua líder em Oeiras - Teresa Zambujo. Que foi pôr no terreno um processo acelerado de transformação de vontades político-eleitorais com uma eficácia inesperada. Ou seja, a rapaziada do Panfleto sério - inaugurou uma nova maneira de fazer comunicação política em Portugal: recorrendo ao chamado MARKETING DE DESENVOLVIMENTO - que transforma uma demanda eleitoral crescente (em torno de Teresa Zambujo) numa oferta/adesão de eleitorado exponencial em torno da mesma líder e projecto político.
É por esta razão que dizemos aqui que os autores do Panfleto-sério só podem ser grandes especialistas em Marketing, porventura brasileiros da equipa do Edson "Talaíde" - porque conseguiram, em duas horas de distribuição noturna de panfletos - à sucapa pelas duas da madrugada, identificar eleitores potenciais de Teresa Zambujo - que, a partir desse momento, automaticamente se fidelizaram à referida candidata que por acaso também é a actual Autarca do Munícipio de Oeiras. Poupando, assim, à própria a estratégia de desencadear a adesão desse mercado eleitoral que ainda estava renitente em votar no projecto de Teresa Zambujo para Oeiras.
Por isso, digo, a malta do panfleto - devem ser todos altos executivos que trabalham na Price WaterHouse, ou então são free-lancers da Walter & Thompson, ou ainda copy-writers seniores da Dupont, da Ogilvy e da Procter & Gamble.
Estou profundamento convencido, em face daquela comunicação-panfleto - que se tratam de pessoas muito experientes e qualificadas que levam muito à séria a máxima de T. Levitt (que remonta a 1983) que diz só existir o seguinte: Um só universo: o mercado.
Neste caso - o mercado politico-eleitoral de Oeiras está, esmagadoramente, com Teresa Zambujo. Nesta fase do "campeonato", e se eu mandasse na campanha de TZ, dizia mesmo à rapaziada, se soubesse quem era, para fazer outro panfleto, mas desta vez ampliem-no 40 vezes.
Creio mesmo que este Panfleto-sério sobre Teresa Zambujo - que veio revolucionar a história da comunicação mundial, representa, doravante, para qualquer candidato político (nacional, local ou regional) uma mais-valia em termos de marketing político. Basta um
Panfleto sério
Simples
Específico
Executável
Rápido
Barato
Resistente
Durável
Respondendo ao Target: Quem? Quando? O quê? Onde? e Porquê?
Para definir o Produto, o Mercado, o Consumidor, o Meio envolvente, o Preço e a Distribuição do mesmo - para que um candidato sobressaía da mediania política em que outros vegetam.
Em suma: se eu fosse o candidato do PSD por Oeiras, faria uma 2ª Conferência de Imprensa. Desta feita, para agradecer o nível, a eficência e a eficácia daquele novo formato comunicacional que responde pelo nome de Panfleto-sério. Como dirão os camones, que são os melhores em Publicidade: há campanhas que fazem as duas coisas bem ao mesmo tempo: doing the writh things; e doing the things writh. Ou seja, eficiência = eficácia.
Esta malta do panfleto são, de facto, profissionais. E devem desocultar-se e dar a cara. Mais do que não seja para futuras campanhas eleitorais. Porque com a qualidade do seu marketing diferenciado conseguem operar em múltiplos segmentos do mercado ao mesmo tempo, e fazer candidatos ganhadores - com recursos extremamente modestos.
Como diria Aldous Huxley:
Não é muito difícil persuadir as pessoas a fazerem aquilo que estão ansiosas por fazer
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By JMBZ
(Gestão de Pessoas)
- Uma 2ª "estória" - : UM POUCO DE COISA NENHUMA
Agora vem a 2ª estória. Oriunda do universo da Gestão de Recursos Humanos e foi escrita por um economista-gestor
. Chama-se Um pouco de COISA NENHUMA. - Que não tem, diga-se de passagem, relação com achamada malta do Panfleto-sério. Pelo que qualquer comparação, similitude ou analogia decorre por mera coincidência.
- Este Senhor pode ser, por convenção, o Sr. Delicado.
UM POUCO DE COISA NENHUMA:
Durante anos habituei-me a ver o Sr. Delicado na estação de Entrecampos, ligação aos electrocos para o Lumiar. Anos mais tarde, meados da década de 70, encontreio-o na estação da Rotunda, a estação de maior movimento do nosso Metro, e o bom do Sr. Delicado, lá estava de alicate dourado em punho, bigode retorcido, a obliterar (furar) delicadamente os bilhetes.
- Então você por aqui? - perguntei-lhe um dia.
- Que quer?... - diz o bom do "Bigodes" - estou aqui porque em mais de 100 "pica-furinhos" da companhia eu fui o melhor.
- Foi o melhor?... porquê?
- Ora, sempre cumpri as boas práticas práticas e normas vigentes para os "pica-furinhos", com respeito pelos utentes e muita delicadeza.
- Nao me diga que está neste posto, foi escolhido entre uma centena de pica-furinhos por se chamar Delicado?
- O Sr. Delicado desata a rir e é ainda rindo que me diz:
- Em boa verdade ganhei este posto por ser "Delicado e de Esquerda".
Perante o meu espanto, desata em plena gargalhada. Então explicou-me.:
- Sabe, as boas práticas para os pica-furinhos mandam que, delicadamente, o revisor se dirija ao utente saudando e pedindo o bilhete; recebe o bilhete, estendendo a mão direita (questão de educação); introduza o bilhete o bilhete na ranhura do alicate; com um movimento rápido e enérgico oblitere (fure) o bilhete; devolva o bilhete ao utente com a mão direita (forma educada) e, delicadamente, deseje uma boa viagem.
- Ora, sendo eu "canhoto", não preciso de trocar o alicate de mãos, pois é na mão esquerda que temos mais força e precisão para obliterar e assim facilmente recebo e entrego o bilhete ao cliente com a mão direita, o que para além de cimprir as "boas práticas" faz de mim o mais rápido dos "pica-furinhos" da empresa.
- O facto de ser, ainda por cima, delicado duas vezes, i.é, Delicado de nome e por educação, fez com que a companhia publicamente me reconhecesse e publicasse o meu nome no boletim da empresa, atribuindo-me este alicate dourado que me dá direito a estar nesta estação de referência.
Para mim que já o admirava pelo "Bigode" e delicadeza de trato, passei a ver nela o expoente máximo dos "pica-furinhos"...
Acontece que nas horas de ponta, pelas 6h. da tarde, o bom do Bigode, não conseguia resolver o problema das filas de espera que se criavam à entrada do Metro, pois, enquanto cumpria as boas práticas, o comboio apitava na estação e partia. As pessoas desesperavam porque, entretanto, iam perdendo as várias hipóteses de atingir o seu objectivo - ter uma solução rápida de transporte - e lá iam barafustando com o bom do "Bigode", que firme às "boas práticas" apenas já só era delicado de nome - o Sr. Delicado.
Nas férias do "Bigodes" reparei que não se formavam filas de espera, isto porque tinha lá sido sido colocado um jovem estudante, que, não se ajeitando com o manejo do alicate, a que se juntava ainda o nervosismo e falta de perícia para a função, pressionado pelo público, decidiu meter o alicate na algibeira e passar a rasgar os bilhetes com as mãos.
Assim, as pessoas apanhavam o comboio a tempo e o nosso jovem estudante . Manuel da Satisfação - , sentia-se feliz pela satisfação dos clientes e por ter terminado com as filas de espera.
Um dia, em plena hora de ponta, quando todas as pessoas passavam pelo satisfação, apareceu a chamada "Comissão de Avaliação das Boas Práticas Não Sei do Quê" - vulgo inspecção, que produziu o seguinte relatório/participação:
- Pelas tantas horas da tarde do dia tantos do tal, encontrava-se o estagiário a "pica-furinhos" número tal, de nome Manuel da satisfação, a rasgar ostensivamente, ma cara dos utentes, os bilhetes, um verdadeiro símbolo da nossa empresa, que para além de dar direito à utilização dos nossos serviços, serve ainda para publicação de anúncios no verso, que no caso presente, era o dos célebres "Rebuçados Catarro" etc, etc...
- Mais tarde verifiquei que o Sr. DElicado, também ele passou a rasgar os bilhetes, deixando de se formar filas de espera, os utentes voltaram a respeitá-lo e julgo mesmo que nunca se aperceberam se os bilhetes eram obliterados com alicate dourado ou simplesmente rasgados. Esta tarefa rotineira e desumana foi mecanizada, e a função do revisor passou a contemplar também a de Relações Humanas e de Apoio a Clientes.
Ao que julgo saber, o Manuel da Satisfação concluiu o seu curso de Medicina e será hoje, mais um dos médicos deste país que se preocupa em combater outras filas de espera...
HAJA SAÚDE
By JMBZ - Economista/Gestor
- Interpreto esta história como uma Lição de gestão e de vida. De agora, do passado, de sempre.
Dia 9 esta lição de gestão de RH terá outro sabor. O sabor de que o dever se cumpriu. A vitória se arrecadou. O futuro está à nossa espera. Uma Mulher terá de governar, de novo, Oeiras. Que a lição do Sr. Delicado existe algures por aí, dispersa no mundo das empresas e da política. E que todo nós, um dia, morreremos. Enquanto isso não sucede, devemos valorizar aqueles valores que nos ensinaram no berço e fazem de nós Homens, ié, seres diferentes dos animais selvagens - que nem na Serra de Carnaxide - conseguem ciar o seu habitat. Como fazer e assegurar tudo isto, que não é pouco, sem ser pela VIA DO EXEMPLO?! ALGUÉM TERÁ DE O DAR. ESSE ALGUÉM É O LÍDER, OS OUTROS SÃO OS FOLLOWERS. ´Será caso para dizer: enfin, Une Femme qui marche...
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