sexta-feira

Definição duma imagem

Image Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.us
Em Portugal vive-se, talvez pela 1ª vez em democracia já estabilizada, um momento de grande anormalidade política e social. Pelas circunstâncias políticas, pelos comportamentos de alguns actores políticos, pelos alinhamentos, pelas atitudes, gestos, acções, enfim, por um corpo de condutas que fazem destas eleições autárquicas esse tal momento de grande excepcionalidade política. Oeiras será, porventura, um exemplo desse paradigma negativo em curso - cuja trajectória é, para mim, mais ou menos linear, não obstante os resultados das sondagens atribuírem a vantagem ao candidato independente Isaltino Morais, ex-autarca de Oeiras. Mas antes de justificar o resultado, que presumo vir a confirmar-se, devo dizer umas notas para explicar a razão pela qual as pessoas, no preciso momento do voto, irão apoiar maioritáriamente Teresa Zambujo em desfavor de Isaltino Morais, seu mais directo adversário político. A Política, como sabemos, é a arte do possível. Comporta doses de racionalidade e ponderação mas também de extrema emoção, de irracionalidade, onde os sentimentos conflituam entre si, em busca do tal equilíbrio - que, neste caso, é instável e caótico. É assim que vejo esta bipolarização política em Oeiras: sendo que Isaltino representa o lado impulsivo, e até empreendedor da política, mas também de pouco consenso e tolerância democrática; e Teresa Zambujo - representa a estabilidade, a segurança, a tolerância, a transparência e também a capacidade de realização, apesar dos parcos três anos em que está à frente da autarquia. E são nestes dois pólos, que nada têm a ver com a ideologia, uma vez que são oriundos da mesma família político-partidária - apesar de Isaltino não gozar do apoio do PSD - que se define a tal Imagem Política que, na mente das pessoas, irá determinar, no momento do voto - em quem os eleitores irão depositar o seu voto: na razão ou na impulsividade? Quando essa variação entre a auto-imagem e a imagem-externa for medida/descoberta, as populações irão perceber como ficaram no retrato do Concelho de Oeiras. Mais do que eleger Teresa ou Isaltino - os oeirenses irão estar confrontados com o seu próprio espelho. Será uma autoscopia. E eu estou convicto de que os oeirenses nada farão para se desgostarem da foto que irão todos tirar no Domingo próximo. O mesmo se passará - um pouco pelo Portugal profundo, especialmente onde existem situações de grande anormalidade política. Em Oeiras o que irá determinar o voto das pessoas passará pela forma como os eleitores estruturam a sua imagem. Ou seja: 1) Que imagem querem para o concelho 2) Que relação tem essa imagem com os objectivos políticos de uma Comunidade Das crenças às atitudes, até ao comportamento, a imagem deverá ser posicionada algures entre as crenças e as atitudes. Uma imagem é mais do que uma crença. Pensemos, in concreto, em Teresa Zambujo e em Isaltino Morais. Que associação de ideias as pessoas imediatamente fazem?? Pense-se na Ajuda Médica Internacional... e na forma como essa ONG ajuda milhões de pessoas mundo fora. Duas pessoas poderão ter a mesma imagem dessa ONG e, no entanto, apresentar atitudes diferentes em relação a ela. Ou seja, uma atitude, neste caso, decorre da disposição quanto ao objecto, que inclui componentes cognitivos, afectivos e de comportamento. Por outro lado, as imagens são crucialmente perceptivas e cognitivas; faltam-lhes os aspectos afectivos e de comportamento. Se transpusermos esta cadeias de raciocínos e os aplicarmos a Teresa Zambujo e a Isaltino Morais, constatamos que são ambos próximos das populações, geram empatia nelas, suscitam afectos em ambos os casos. Sucede, porém, que as atitudes políticas são completamente imponderáveis. Será esse o caso de Oeiras, ou seja, onde se verifica o uma ligeira vantagem do candidato Independente - embora, na prática, as pessoas - no momento em que votam - com toda a sua gana - acabarão por contrariar essa tendência. Ou seja, o derradeiro combate é entre a normalidade (Teresa Zambujo) e a anormalidade (Isaltino). E é aqui que começamos a estar prontos a definir a tal Imagem. A imagem das imagens. I.é, a imagem da realidade, a realidade. Portanto, a IMAGEM política que resultará de Oeiras será essa tal soma de crenças, ideias e impressões que uma pessoa tem de outra pessoa. Há, em suma, um conjunto de determinantes que estruturam uma Imagem que milhares de pessoas têm acerca de uma pessoa. E que ajuda a compreender os factores que causaram a definição da sua Imagem actual e a compreender a imagem futura por força da produção de mudança que ela opera. Neste caso, trata-se de uma Mulher na Política - coisa ainda raro na Política em Portugal. Se compararmos a construção mental da imagem entre estes dois candidatos, cosntataremos o seguinte: Teresa Zambujo comporta as seguintes características: Autodomínio - sabe gerir as suas próprias emoções Transparência - ser franco com os outros sobre sentimentos, crenças, acções e processos que levam à integridade Adaptabilidade - capacidade de lidar com múltiplas solicitaações sem perderem energia e adaptam-se aos novos desafios Capacidade de realização - pessoas dotadas com altos padrões de exigência que os impele para melhorar as coisas e os outros Capacidade de iniciativa - saber controlar o seu próprio destino e sentido da eficácia aproveitando as oportunidades Depois - vem um outro grupo de qualidades - como a empatia, a consciência organizacional e o espírito de missão e de serviço à causa pública. Gestão de conflitos, catalisar a mudança, espírito de entreajuda, etc. Se compulsarmos todas estas valências - entre ambos os candidatos verificaremos que, em alguns casos, partilham dessas competências. Mas uma leitura mais fina deixa, contudo, o candidato independe a perder, na medida em que "fura" algumas daquelas qualidades de liderança indispensáveis à causa pública. E é aqui que bate o ponto na definição da Imagem política que leva as pessoas a votarem num candidato e a excluir outro. Aqui estamos no domínio da preferência, que relaciona escolhas. E a grande preferência pode ser definida do seguinte modo: Quando, no Domingo, as pessoas votarem esmagadoramente em Teresa Zambujo e no PSD - estão, no fundo, a dizer que aquela preferência revela o valor relativo que uma pessoa atribui a um conjunto de candidatos comparáveis, quando avalia os respectivos valores para si mesma. Sendo certo que os determinantes dos motivos da PREFERÊNCIA à boca das urnas decorre daquela avaliação das qualidades e/ou características que os eleitorados fazem dos candidatos. Quer dizer, das tais crenças, atitudes e comportamentos que estruturam uma IMAGEM. Uma imagem cuja realidade está qui representada: Image Hosted by ImageShack.us
Agora, como se diz nos States : It's up 2 you