Dilema do Prisioneiro
Dilema do Prisioneiro - Princípio da teoria dos jogos, de John Nash
Imagine que você e uma outra pessoa cometeram dois crimes, um pequeno e um grande. Vocês estão na cadeia. A políca prendeu-os pelo pequeno crime e suspeitam pelo segundo, e de repente o polícia pede-vos para testemunharem sobre o crime grande. Sem que, para o efeito, exista algum contato entre vocês no interior da cadeia.
O Dilema é saber se você entrega o seu companheiro? Uma vez que não será lógico que se entregue a si próprio.. Salvo por altruísmo.
Se vc entrega a outra pessoa e ela não o denuncia a si, vc sai da prisão e ela fica 20 anos. Se ela o entregar a si e você nada fizer, é você que fica esses 20 anos na prisão e o outro preso sai em liberdade. Se ninguém se entregar cada um fica 1 ano cada, pagando pelo pequeno crime, e se os dois se entregarem, cada um fica 8 anos.
O que é que você faria? O que acha que deveria ser feito?
obs: olhando para esta estrutura matemática - até parece um diálogo entre o PM Sócrates e o povo português. Ou cooperamos com o nosso comparsa, mantendo-nos em silêncio; ou desertamos, fazendo uma confissão, apesar do outro também poder fazer essa confissão para nos entalar a nós (povo).
- Aqui vemos o povo e o Primeiro-Ministro. A ordem é arbitrária. Pois como sabemos é usual o povo servir de tapete aos titulares de cargos políticos - para depois lhes cortarem a cabeça. Por seu turno, os PM fazem do povo seres inertes para melhor governarem. Por isso, a consideração é recíproca. O momento do assassinato político é que é diferente, ou melhor, difere no tempo. Por exemplo, neste momento o povo está a preparar-se para dar cabo de vez do velhinho Soares - que, como dissémos, já está senil há uma década. E, ao mesmo tempo, erguer Cavaco em ombros - depois de o ter postergado em 1996 - quando esse mesmo povo elegeu o omisso Sampaio - que parece que é, ou tem sido, o Presidente da República Portuguesa. Será que foi? É que muita gente hoje ainda afirma que ele é vereador da C.M. de Lisboa. E alguns asseveram que é o edil da capital. Para mim nunca foi uma coisa nem outra.
- Seria por tudo isto que Anatol Rapoport - também deveria ter sido nobilizado. Mas estes prémios têm as mesmas incongruências que os prémios de literatura, por vezes aquela gente do dinheiro do Sr. Alfred Nobel e da Academia Sueca de Ciências - engana-se rotundamente. E até já tem sucedido com Portugal. Por exemplo, o Nobel queria premiar Vergílio Ferreira e Agustina Bessa Luís - e enganou-se trocando os nomes - e acabou por premiar um espanhol de nome Zaramago que, de vez em quando, vem a Portugal só para a gente não o esquecer dele vender mais uns livritos pela Caminho. E recordar também o que fazia em 1974 na Direcção do DN - quando o tal Zaramago saneava colegas seus jornalistas por não alinharem com a sua dogmática marxista-leninista. Hoje, admito que essa maneira de pensar já tenha mudado: deve ser mais fidelista, quer dizer, mais castrista - até descobrir que o ditador ainda mata e manda matar homens por mero delito de opinião. Também aqui temos o Portugal no seu melhor...Mas já não podemos dizer que Zaramago não mudou: dantes apoiava as democracias popuares do centro e Leste europeu, hoje virou-se para Cuba até descobrir que... Em rigor, em rigor - ele está é mais virado para os euros que lhe dão pelos direitos de autor que recebe. Portanto, trata-se dum marxista-leninista-capitalista-castrista o que não deixa de colocar sérias questões de corência ético-doutrinária.
Este teórico dos jogos concorda que, em situações de conflito inconciliável, a estratégia mais segura para um player é escolher o "melhor do pior" ou o "pior do melhor" entre os resultados possíveis. O objectivo com a elaboração e sofisticação destas teorias é proteger ao máximo os actores sociais, económicos e políticos de riscos desnecessários, e estruturar o melhor esforço necessário que, a longo prazo, seja a mais eficiente acção contra o adversário. No fundo, trata-se de conceber a melhor estratégia de firmeza e cautela no quadro dos múltiplos conflitos que saltam para a arena política. Talvez seja por este legado de Anatol Rapoport - de Lutas, Jogos e Debates - que este teórico também deveria ter sido integrado no prémio que distingui Schelling e Robert J. Aumann.
Mas queremos aqui também recordar que a política de contenção dos EUA vis-à-vis a então URSS foi desenhada e executada sem o auxílio de modelos matemáticos. O embaixador George F. Kennan levou-a à prática em 1946/47 - uma política que foi seguida pelos EUA durante décadas.
Portanto, tudo isto é relativo. Até podiam ter atribuído o prémio ao engº Guterres e ao engº Sócrates por terem conseguido o impossível. Aquele por fugir da política doméstica e ser nomeado presidente do ACNUR; Sócrates por ter sido eleito PM - ante a pequenez e os complexos de A. Vitorino; e, já agora, Durão também por ter escapado ao juízo final e ter-se feito Presidente da Comissão bruxelense. A toda esta troika de actores aquele prémio poderia ter sido atribuído, embora com uma outra designação.
Talvez o prémio pela mais estrondosa deserção da História Política de Portugal.
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