Poema - Raízes e configurações -
Começaram pelas configurações dos rostos
Num íman latejante.
Imbuídos nas geografias cruzadas potenciadas pela curiosidade extrema e as raízes comuns
Que intersectavam múltiplos espaços: rurais e urbanos, envoltos num tremendo mistério.
Depois foi a sonorização da conversa: os livros, as pinturas, os lugares, a cultura, o fascínio inexplicável de tudo nessa manhã submersa da rotina dos dias.
Seguiram-se os mesmas temas, mas por ordem diferente e aleatória nesta mata da vida.
Sobreveio o consumar de tudo naquele "comboio do abraço": um tudo que antes era uma ilusão, uma miragem desfeita num inesperado e feliz "encontrão" - que se repetiu e irá repetir na roda dentada da vida. Para sempre.
Entraram na engrenagem dessa felicidade súbita, mas espaçada, sinuosa, turtuosa enfeitada pelo jogo de luzes mitigado entre presenças e ausências repescadas pelo zoom da máquina, qual olho humano que olha tudo em redor buscando sempre algo.
Paralizados pela indecisão e o medo escutam os céus, mas estes, mudos e azuis, não emitem parecer.
E assim dança o tempo no comboio da vida, feita de abraços, encontros, desencontros e encontrões na escadaria dos dias.
Como se nada houvesse senão isso, que é tudo. Tudo pela metade.
Autor desconhecido.
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