O triunfo da morte - Pieter Brueghel - Uma reflexão de Dezembro -
- Os aviões continuam a cair matando todos os que neles viajam. Nada se pode fazer;
- Adolescentes, adultos, mas também crianças e velhos - morrem às centenas - como uma fatalidade;
- Há coisas que conseguimos evitar, como não entrar num elevador, e depois há coisas que nunca conseguimos evitar, nem prever, como a morte - que nos visita sob as mais variadas vestes, circunstâncias e intensidades.
Os factos narrados pelos media nos últimos dias comprovam o que afirmamos acima. E esta imagem de Pieter Brueghel - o triunfo da morte - é brutal e reflexiva e convoca-nos para uma outra camada ou densidade de reflexão, desta feita com a ajuda do filósofo (polémico) que foi Martin Heideger (1889-1976).
Para Heideger o homem está especialmente preso ao seu passado, ou seja, o ser do homem é um "ser que caminha para a morte" e a sua relação com os outros, com as coisas e com o mundo concretiza-se a partir de conceitos como angústia, culpa e conhecimento.
O homem vive obcecado com uma tarefa: dar o "salto" para fora do barco da morte, como se pretendesse fugir à sua condição que o marcou à partida, no nascimento. E tenta fazê-lo para dar um sentido ao ser, para enfrentar mais robustamente a morte.
Resta-nos, pois, duas coisas: filosofar um pouco, e aguardar. Aguardar muito, aguardar um pouco ou, por vezes, aguardar mesmo nada.
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