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Contabilidade criativa e os custos reputacionais do sr. Domigues

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Portugal, numa década, conheceu vários escândalos financeiros que nos levaram a desconfiar no poder milagreiro dos gestores, ou de alguns deles quando emparelhados com alguns banqueiros e pseudo-banqueiros. 

O país conheceu o caso BPN, e os contribuintes portugueses ainda estão a pagar esse crime económico-financeiro legado pelo cavaquismo mais activo; conheceu o caso BES - que fez estragos na economia nacional e no sistema financeiro, além de deixar à beira dum ataque de nervos credores pessoais e institucionais; conheceu ainda os casos Banif, BPP e tutti quanti...

Por norma, os gestores nunca cumpriram os planos de investimentos nessas instituições financeiras, e quando isso ocorria o recurso à contabilidade criativa tornou-se o guia para enganar o Estado, os mercados, os contribuintes e encher os bolsos de alguns accionistas desses bancos que, a um determinado tempo, tiveram conhecimento do que se iria passar, pondo a salvo capitais, obras de arte e outros activos que, de forma criminosa, sonegaram aos legítimos credores e à legalidade do Estado que ludibriaram.

Com isto, não se pretende generalizar a situação para a CGD, mas talvez não seja um exercício marginal acompanhar a situação nesse elefante branco que é a CGD, que tem sido um santuário para o bloco central dos interesses despejarem os seus boys, e, através deles, fazerem a política mais suja e nociva à economia nacional, aos portugueses e ao país no seu tecido conjuntivo. 

Se o sr. Domingos tivesse alguma noção do que é o interesse nacional, e não se comportasse como um merceeiro de bairro decadente, nem sequer aceitaria já tomar posse, pois os estragos que ele já infligiu à reputação da CGD e aos custos reputacionais do país foram tais e tantos que o mínimo que esse saloio deveria fazer era fingir que estava aflito para ir ao WC e desaparecer de vez da vida pública nacional. 

Até porque não há, por regra, uma segunda oportunidade para demonstrar uma primeira boa impressão. 

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