quarta-feira

O equilibrismo de António Costa vis-a-vis o OE/16 face à Europa


Parece, afinal, que as questões que separavam Portugal da Comissão Europeia a propósito da aprovação do OE/16, como proclamava A.Costa, não eram apenas "questões técnicas"...
- Aliás, só quem desconhece as expressões faciais do ex-autarca de Lisboa acreditaria nesse jogo de palavras (traído pelos gestos e pela excessiva contenção verbal), pois trata-se de mais impostos sobre a banca, as empresas e as pessoas (particulares) agravando os impostos (ainda mais!!) sobre os combustíveis e os veículos. Veremos quais os danos que isto gera na economia, já moribunda há anos...
- O paradoxo da situação é que A.Costa não queria mais austeridade mas é obrigado a impô-la aos portugueses sob a espada de Dâmocles da Comissão Europeia, com o desespero de ter de negociar em duas frentes: a frente doméstica, fazendo a quadratura do círculo com o BE+PCP e com a UE - a quem ainda terá de provar que estas medidas adicionais serão suficientes para que o OE/16 obtenha luz verde.
- Enquanto isso não ocorre, os portugueses levam com mais fogo no...


Relativamente ao papel de Passos Coelho nesta 1ª crise de credibilidade com a Europa, que ora se apresenta como um "verdadeiro social-democrata" por razões eleitoraleiras, urge dizer que ele foi o principal responsável pela actual situação financeira calamitosa do país, pois 4 anos da sua desgovernação só agravaram o défice, a dívida e a taxa de desemprego.

Por isso, não deixa de ser engraçado vê-lo com aquela cara de cangalheiro da Servilusa, que enterrou a economia portuguesa e os portugueses durante 4 anos a fio - auto-proclamar-se, doravante, como uma pessoa socialmente preocupada. 

Se ele, ao menos, soubesse o significado do que é ser-se social-democrata...

Seja como for, Portugal não precisa de mais truqes, jogos de linguagem e contabilidades criativas que visam simular e dissimular as contas portuguesas à luz duma Europa cada vez mais ultra-liberal e privada da noção e da preocupação da coesão social dos países mais ricos do Norte em favor dos países mais pobres do Sul. 

Ora, Portugal não é Norte nem Sul, confina-se a uma mera periferia. E A.Costa, diga-se em abono da verdade, também não sai bem desta estória, já que mistificar questões técnicas com questões que são eminentemente políticas é tentar jogar poeira para os olhos dos portugueses, e isso também não lhe fica bem. 

Em causa está o esboço do Orçamento do Estado para 2016. Permanece a incerteza nas negociações, num dia em que a Comissão Europeia pediu mais medidas a Portugal para cumprir o défice, in Expresso

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