O carácter de Ricardo Salgado: minou, corrompeu e apodreceu o regime político em Portugal nos últimos 30 anos
Salgado prometeu compensar contabilista pela demissão
De portas fechadas, por ter invocado segredo de justiça, e num tom "confessional", segundo foi explicado ao DN, o contabilista falou durante quase nove horas. E, pelo meio, garantiu que, apesar da alegada promessa daquele que ficou conhecido por "Dono disto tudo", nunca recebeu qualquer compensação por ter deixado de gerir as contas da Espírito Santo International (ESI),holding do grupo sediada no Luxemburgo, e de integrar a administração da Rioforte Investments SA.
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Obs: Com a discrição dos financeiros, o "contabilista" foi inteligente na estratégia seguida, e duma imagem de frieza, ser distante e anónimo - com aquela confissão - conseguiu atingir dois objectivos:
1. Recriar a sua própria personalidade, gerando uma onda de compaixão pela sua franqueza na Comissão Parlamentar de Inquérito, ainda que tenha recorrida à contabilidade criativa no âmbito das suas funções de contabilista especial do GES/BES, e sem abandonar o seu estatuto de arguido;
2. E reforçou a ideia, já muito consolidada acerca da verdadeira personalidade negra de Ricardo Salgado em Portugal, segundo a qual o banqueiro seguia o mesmo método (das contrapartidas) que consistia, em linguagem corrente, em prometer dar um presunto a quem lhe desse uma vara de porcos.
Foi isto que, em rigor, e seguindo uma terminologia com o tipo de personalidade em causa, que Salgado fazia junto do escol dirigente e da classe política em Portugal nos últimos 30 anos, corrompendo agentes políticos, nos vários escalões da alta administração, na esfera dos partidos políticos (PSD, PS e especialmente CDS, vide o caso dos submarinos, em que Portas fez questão de incluir o BES no financiamento da sua aquisição aos alemães - com isso aumentando as margens das comissões em cerca de 30% do valor dos equipamentos) - sacrificando, assim, o erário público neste mega-caso de corrupção que a justiça, erradamente, arquivou.
Esta confissão de Francisco Machado da Cruz é a demonstração cabal do velho método da prebenda seguido por Ricardo Salgado ao longo destas última três décadas, um método e uma personalidade que são hoje os principais responsáveis dos altos níveis de corrupção em Portugal.
Dito isto, não se compreende por que razão Ricardo Salgado já não se encontra detido?! Casos como este, pelos danos que causaram à economia nacional, não deveriam beneficiar do pagamento de caução para comprar a liberdade.
E quando se fizer a história da corrupção em Portugal do último meio século, Ricardo do Espírito Santo Silva Salgado virá, seguramente, no topo dessa pirâmide - como o principal agente corruptor (corrupção activa) sobre os demais agentes passivos - que se deixaram corromper para actos ilícitos, com isso penalizando a livre concorrência, esbulhando o erário público e prejudicando pessoas, empresas e instituições que eram afastados de concursos onde o GES/BES se envolvia, em particular concursos públicos que o Estado lhe adjudicava -
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