A bazuca financeira do BCE serve para quê
Para que serve, afinal, o dinheiro oriundo do BCE?
- Sabe-se que não se trata de um financiamento para os Governos nem para os Estados, é para a banca e, supostamente, para a economia que produz bens e serviços, enfim, que produz riqueza e gera emprego e bem-estar na sociedade.
Todavia, se o dinheiro do BCE não tem os governos nem os Estados como destinatários - são eles quem decidem da sua aplicação na economia real e de que forma esses recursos chegam às empresas que precisam verdadeiramente desse sangue que oxigena o tecido empresarial nacional, e que hoje está de rastos em consequência da carga fiscal draconiana que o XIX Governo (in)Constitucional tem aplicado aos portugueses - pessoas particulares e empresas - nestes últimos quatro anos.
Daí que faça sentido a magna quaestio: para que serve esta inundação de recursos financeiros gerada com a compra de dívida pública por parte do BCE?
- para voltar a subsidiar a banca - de modo a que esta empreste dinheiro a baixo juro aos particulares e às empresas - para que estes se endividem ainda mais?
- para permitir aos Estados que paguem menos dinheiro pelo serviço da dívida?
- ou, desejavelmente, para emprestar dinheiro às empresas viáveis e estas desenvolverem o seu core business e criarem riqueza e postos de trabalho, tornando a economia nacional mais competitiva e mais responsável socialmente.
Se assim for, a ideia de inundação de dinheiro pelo BCE será positiva, muito embora não seja a banca de retalho normal a fazer esse rastreio de empréstimo de dinheiro a baixo custo; esse papel, atendendo à natureza do objectivo estratégico que se pretende atingir (que é elevar os padrões de crescimento, modernização e desenvolvimento das economias e sociedades dos países da Europa) deverá ser feita pelas instituições de fomento e de desenvolvimento, as quais terão de definir planos de investimento e de negócio para emprestar dinheiro às empresas que produzam riqueza e postos de trabalho.
Se não houver este critério no modo como se irá emprestar dinheiro às PMEs - o risco de a economia portuguesa desenvolver novamente o síndrome duma economia especulativa (improdutiva e estéril!!!), recheada por casos de bolhas artificiais ligadas ao sector imobiliário, será enorme, uma circunstância que representaria um risco tremendo para o nosso (sub)desenvolvimento.
Por outro lado, não se vê como harmonizar uma lógica de política económica expansionista doutrinada pelo BCE, assente na crença de que mais dinheiro nos mercados poderá representar uma alavancagem para a economia europeia no seu conjunto, com a uma política "austeritária" obsessivamente desenvolvida pela dupla-maravilha: Passos Coelho e Maria Luíz Albuqueca - com vista unicamente à consolidação orçamental e ao controlo da despesa pública. Ainda que neste domínio, os resultados desastrosos estão à vista de todos, já que a dívida pública aumentou, o nível da taxa de desemprego é escandalosa, o quantum da emigração só tem paralelo com o tempo do salazarismo e não há, hoje, um único indicador socioeconómica que permita concluir que a economia nacional melhorou.
Pois da Saúde à Educação passando pela Justiça - a incompetência é atroz e as populações, que cada vez pagam mais impostos, não têm rigorosamente nenhuma contrapartida desse esbulho institucionalizado que o alegado Governo de Passos Coelho tem infligido aos portugueses. As condições de acesso à Saúde pioraram, o saldo de mortos nos corredores dos hospitais demonstra-o à saciedade; a Educação virou uma trapalhada permanente pela reconhecida incompetência de Nuno crato; e a Justiça - é mais um caso de polícia e de perseguição da ministra aos funcionários da administração do que um caso de verdadeiro acesso dos cidadãos à justiça. Nada funciona e abunda a incompetência e a má fé na gestão dos actos políticos correntes.
A esta luz, urge dizer que a decisão de política monetária e económica expansionista do BCE vem (revogar) cilindrar a política medíocre do ainda mais medíocre alegado PM da república que ele está a empobrecer a olhos vistos.
Em suma: esta não é apenas uma derrota política e doutrinal de Passos Coelho e dos seus boys, é também uma ultrapassagem keynesiana que o Sr. Mário Draghi impõe à toda poderosa chancelarina Merkel, que assim terá de ir a reboque das novas políticas monetárias e económicas (de pendor expansionista!!!) que os governos dos vários Estados europeus têm de começar a rever e redefinir em ordem a por-se em linha com os ventos de mudança que sopram do BCE.
Ainda que por cá, Passos coelho, meio sem jeito e ultrapassado pela esquerda e pela direita, por cima e por baixo, continue a querer dar um banho de espuma aos tugas a quem ele, há quatro anos, vem esbulhando, confiscando e penhorando os bens e salários aos portugueses. Mandatando, para o efeito, o fisco - como uma nova polícia - para garantir essa tarefa mais sórdida que raia os limites do crime contra o património legítimo dos portugueses.
Estamos, pois, em ano de eleições.
- As eleições que se lixem, não é!!!
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Rita Lee
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Rita Lee
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