A requisição civil na TAP e as vistas curtas do Governo
Ver e ouvir o ministro das cervejeiras - Pires de Lima - ler uns papéis sobre a requisição civil para contornar a greve é incorrer no risco de meter os motoristas da Carris a pilotar os aviões da TAP!!! Alguns, se calhar, além de escassa formação têm pouca vocação e outros não sabem para que servem as centenas de comandos no cockpit dos aviões. É um perigo acrescido esta requisição civil, especialmente porque, na origem da greve, está a privatização da empresa - bandeira de Portugal!!! São vários perigos numa só requisição...
- Por um lado, o Governo pode legalmente proceder à requisição civil, mas, por outro, os trabalhadores do sector também têm assegurado o direito à greve, ainda que o período natalício seja delicado. Na "bossa do camelo" estão os clientes, muitos deles já prejudicados em bilhetes/viagens comprados para vôos não realizados.
- Pergunto-me se não seria mais prudente e eficaz, do lado do Governo, este definir um plano de reestruturação da empresa, visando a optimização dos seus recursos, mas mantendo os 51% dos capitais da empresa e, assim, permitir a privatização dos restantes 49% a capitais privados (nacionais e internacionais), qual forma de viabilizar economicamente a empresa e, ao mesmo tempo, mantê-la em mãos nacionais, já que o risco de a privatizar na sua globalidade pode fazer perigar estratégia de afirmação da portugalidade no mundo, com estragos irreversíveis para a imagem externa de Portugal abroad, além da possibilidade de destruição, a prazo, do Turismo nacional, que hoje consubstancia cerca de 14% das nossas receitas globais, importante fonte de alimentação do PIB português.
- Mais relevante do que a greve, ou a requisição civil para lhe responder, está a necessidade que o Governo tem em pensar estrategicamente o sector dos transportes aéreos e de encontrar respostas racionais para ele sem que daí resulte uma perda determinante dos seus activos nacionais, importantes centros de racionalidade económica portugueses.
- Mas reconhecer esta necessidade estratégica seria pedir muito a um Governo composto por gente tecnicamente impreparada, ideológicamente fanática e perigosa, politicamente sectária e de vistas curtas. Tudo isto junto faz o molotov inevitável para mandar os aviões à água e potenciar a conflitualidade social em Portugal.
- Oxalá que, com um considerável número de pilotos impreparados a pilotar máquinas para as quais já não têm formação e/ou actualização nos seus planos de vôo, não ocorram acidentes aéreos com os aviões da TAP nas rotas em que navegam, por que se tal suceder a responsabilidade é inteiramente do XIX Governo Constitucional, e por ela civil e criminalmente teria de responder...
- Em particular, o ministro das cervejeiras (deslocado na pasta da Economia), o sr. Pires.
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