quarta-feira

Ou Juncker lança plano de impostos a multinacionais ou sai de Bruxelas.

Rui Tavares: ou Juncker lança plano de impostos a multinacionais ou sai de Bruxelas.


"Não há como escamotear a dimensão do roubo", escreve o antigo eurodeputado, que quer consequências fiscais ou institucionais. 

Jean-Claude Juncker
Os países europeus "têm agora autoridade moral para lançar um ultimato a Juncker: ou ele apresenta até ao fim do ano um plano a nível europeu para a cobrança de impostos a multinacionais - ou vai embora, caindo em desgraça dois meses depois de ter sido designado", sentencia Tavares.
Em causa está o escândalo Luxleaks, que foi revelado na semana passada com base em cerca de 28 mil páginas de documentos obtidos pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), incluindo os jornais "The Guardian", no Reino Unido, "Le Monde", em França, "Suddeutsche Zeitung", na Alemanha, e "Asahi", no Japão. Segundo esta investigação, acordos secretos entre o Luxemburgo e várias multinacionais permitiram-lhes "poupar" milhares de milhões de euros em impostos - ou retirar receitas fiscais aos Estados onde as multinacionais estão sediadas
Trata-se de "multinacionais que fogem legalmente a pagar impostos nos países onde realizam as suas transações", classifica Rui Tavares. "A União Europeia não pode levantar impostos em nome próprio, mas a Comissão Europeia pode cobrá-los para os estados-membros", relembra o antigo eurodeputado. Que conclui: está na altura de exigir a Juncker que passe "de pecador fiscal a cobrador de impostos". 
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Obs: De facto, Rui Tavares coloca eficientemente a questão...Ou cobra impostos ou sai da CE. Ainda assim, entendo, em caso algum, que Jean-Claude Juncker terá qualquer legitimidade de permanecer na CE, mesmo desenhando um plano extraordinário de cobrança de impostos para tentar remediar os crimes fiscais que Juncker, na qualidade de PM, praticou (por acção e omissão).
A natureza dos crimes fiscais, os prejuízos causados aos povos europeus mais vulneráveis e pobres - converteram já esse "pecado" como um mal incapaz de restabelecer os vínculos de confiança entre os cidadãos europeus e o actual presidente da CE.
Quem é que amanhã acredita que Juncker, pelas relações privilegiadas que estabeleceu com os boards e os CEO´s dessas grandes multinacionais - irá tratar com eles e as suas empresas numa base de igualdade de condições perante as demais empresas que operam no espaço europeu?! 
Porventura, ninguém!!! 
Desta feita, a situação é clara e óbvia: Juncker deverá sair a bem (resignando ao cargo) ou ser destituído pelos seus pares. 
Juncker perdeu toda a legitimidade e capital político para fazer o que quer que seja na Europa, e até no Luxembourg!!!
Contudo, seria curioso remeter a questão ao Barroso - a fim de saber o que pensa da manutenção do seu colega no cargo de presidente da CE...
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