Nítido Nuno e Rápida, a Sombra - por Vergílio Ferreira
Sobre o mar azul até a um limite invisível – meus olhos cansados, esvaídos de horizonte. Encosto-me a um pau do toldo (...) encosto-me às grades brancas da prisão. Vejo-me lá em baixo, como poderia ver-me lá de baixo? Detesto as grandes frases, são do tempo da conquista e da mistificação. E todavia. Estou só e isto deve ser real – instintivamente olho atrás. Uma dor recurva no pescoço, no estômago. Como poderia ver-me lá de baixo? aqui, no intervalo infinito entre a vida e a morte?
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Obs: Vergílio Ferreira sempre singular e excepcional, reflexivo e metafísico - à procura dum sentido para a existência num universo sem sentido. Eis o que aqui recuperamos para o surfar no seu humanismo trágico que nos obriga a olhar para dentro de nós e perceber o que há muito intuímos: vamos morrer.
Ainda que haja uma outra realidade para além da que conhecemos, como se defende em Rápida, a Sombra, e cuja irrealidade só é acessível pela reflexão, pela ficção, e, doravante, também pela rebeldia - o novo "passe" para ligar a irrealidade ao real, nos intervalos do real e do visível.
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Ainda que haja uma outra realidade para além da que conhecemos, como se defende em Rápida, a Sombra, e cuja irrealidade só é acessível pela reflexão, pela ficção, e, doravante, também pela rebeldia - o novo "passe" para ligar a irrealidade ao real, nos intervalos do real e do visível.
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Etiquetas: a Sombra, Indizível, Infinito, morte, Nítido Nuno, Rápida, Vergílio Ferreira
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