terça-feira

O vinho "induca" e o Crato destrói essa "inducação". O pensamento "estratégico" do eng. Couto




Vi espaçadamente o prós & contras sobre o estado a que chegou a Educação em Portugal. O alegado ministro da pasta da 5 de Outubro - o tal que viaja muito - não quis ir e mandou um sub-director, o que espelha bem o nível de responsabilidade política e de representação que atingiu este miserável país. Nem sequer já o secretário de Estado o quis representar, amanhã também o sub-director se nega(rá) a fazê-lo, depois só o porteiro do ministério acede a pedidos dos media em nome desse "genial matemático e estatístico" (com muitas aspas!!!) que ainda não conseguiu atinar com o algoritmo que tem lixado os concursos de professores em 2014. O pior de sempre da história da 3.ª República. 

Couto dos Santos, que foi contestadíssimo ao tempo do cavaquismo, e tem manifestamente um problema com o português (tinha no passado e tem hoje!) defendeu que, no seu tempo, é que era bom. Falou em futuro e estratégia, mas depois não concretizou. O futuro, para Couto é, afinal, o passado. O passado do cavaquismo educativo e com as greves semanais que marcaram a agenda escolar de então, caracterizada com uma escola regularmente paralisada feita de greves de "rabo ao léu"...

Na plateia irromperam alguns subsídios interessantes, como o de impedir que o Educador se converta num mero manga-de-alpaca que acomoda regulamentos sobre regulamentos, o que espelha a visão do que não deve ser a educação. Embora seja o que pretende, desgraçadamente, Crato.  Este esquema experimentalista de contratação de professores foi - e é - um fiasco. Por outro lado, transferir essa importante responsabilidade para a autonomia das escolas (e autarquias!!) pode redundar em arbitrariedades e favoritismos pessoais e até processuais igualmente gravosos, logo injustos para os docentes e, indirectamente, para os alunos. 

Pais, sindicatos, comunidade educativa..., todos esses agentes são seguramente importantes nesse tecido conjuntivo. Quer pelos conselhos que dão, quer ainda pela intervenção social que têm em limitar o espaço de manobra das erradas políticas educativas da 5 de Outubro.

No final destes programas da RTP - fica-se com uma amarga sensação: tudo ficará na mesma, porque não se inventariaram com rigor os erros, a irresponsabilidade e a multiplicidade de políticas educativas profundamente erradas - as quais se irão replicar no futuro. Portanto, a erva daninha está lá, e lá ficará!!

Falar em pactos de regime é a fórmula politicamente correcta, usada e glosada pelos directores de escola, especialmente por aqueles que são são "velhas raposas" do burocratismo escolar "cinzentão", são os mesmos que sabem que a sua manutenção nesses cargos directivos, por regra bem remunerados e com estatuto, também passa por aí: servirem-se do sistema em vez de servir verdadeiramente o sistema educativo. Pelo que conformam mais o seu discurso (público) à manutenção dos seus lugares do que à inventariação dos verdadeiros erros e problemas do sistema educativo português. São esses mesmos directores de escola que nunca tiveram a coragem de "chamar os bois pelos nomes", embora se esforcem por criar publicamente essa ilusão, porventura com receio de, amanhã, o vento mudar e, com ele, mudarem também algumas cabeças.

De modo que o discurso acerca da Educação em Portugal, com raras excepções oriundo de gente mais livre e que fala com maior desprendimento, redunda sempre, ou quase sempre, em questões técnicas, administrativas, regulamentares, concursais e conexas. As quais nenhuma relevância têm para a disponibilidade intelectual do docente em saber transmitir conhecimentos e, do lado do receptor, aos alunos em assimilar criticamente esses programas.

Bem ou mal, hoje mais mal que bem, desde logo pelo comportamento do alegado ministro que se comporta da forma que o país conhece (por acção e omissão), lesando interesses legítimos de milhares de docentes, alunos e famílias - tem sido esse, - desde 2011 - o sinal que a tutela tem enviado para a comunidade educativa. Será com base nesse deficiente exemplo que os docentes d´hoje, com as péssimas condições de trabalho que têm, somada à instabilidade estrutural que sofrem anualmente e à desvalorização gritante da sua profissão (outrora considerada), o que os apouca perante os alunos e a sociedade em geral, que estão a formar os adolescentes que serão os homens de amanhã e por quem passará, inevitavelmente, o futuro de Portugal. 

Não deixa de ser curioso notar que foi quem menos pensou estrategicamente o futuro da Educação em Portugal quem mais abundantemente usou e glosou essa formulação: Couto dos santos. Uma prestação que, seguramente, só encontra paralelo com uma outra triste realidade, a de constatar que as escolas, por força dos constrangimentos financeiros que têm sentido na sua gestão diária, só podem contratar os contínuos à hora, e como não há dinheiro inúmeras são as bibliotecas das escolas que têm de ser encerradas às 15h. 

Presumo que por causa do mesmíssimo constrangimento, se siga aquele exemplo com alguns W.C., pois ao que se sabe Nuno cato tem cortado tanto nas verbas para o adequado funcionamento das escolas que também tem faltado papel higiénico nesses estabelecimentos de ensino, um problema que também atinge o sector da Justiça. 

Trata-se, pois, duma questão de higiene. De higiene política que o país precisa de resolver, e que só agrava adiando este enorme problema social gerado por Crato e pela sua equipa da 5 de Outubro, e em nome de quem o alegado PM já disse e (re)disse confiar. 

Este exemplo, facilmente verificável em muitas escolas por esse Portugal profundo, talvez nos possa dar uma imagem do  que é a verdadeira dimensão das políticas educativas de pendor experimentalista do dr. Crato, assim como a valia do "pensamento estratégico" do eng.º Coito dos Santos, e de tudo quanto ele representou em pleno cavaquismo e que, aqui e agora, também por uma questão higiénica, não merece elencagem. 

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