sexta-feira

Que fazer? Recém-chegados à política e independentes de partidos, rapidamente o sistema os tem absorvido, gorando-se as expectativas.


Os exemplos recentes têm sido desencorajadores. Fernando Nobre, candidato presidencial de inegável mérito, obteve um resultado notável. Mas ao aceitar integrar as listas do PSD nas eleições seguintes, alienou o capital político acumulado e foi trucidado nas querelas partidárias. Marinho Pinto, recentemente eleito eurodeputado mercê da sua frontalidade, já veio anunciar que abandona o lugar, violando o contrato com o eleitorado. Já outrora o Partido Renovador Democrático, que nos anos 80 prometera regenerar a política, rapidamente assimilou os vícios dos outros partidos.
Assim, sem obstáculos, a corrupção instalou-se e tem empobrecido o País à vista de todos. Os casos são inúmeros: corrupção na Expo 98, no Euro 2004, no BPN, nos submarinos, nas parcerias público-privadas... Cada um destes casos causou prejuízos milionários. No seu conjunto, são responsáveis pela dívida pública e envolveram a generalidade da classe política. A política transformou-se, ela própria, numa megacentral de negócios. São por demais conhecidos os exemplos da promiscuidade que contamina definitivamente a democracia e a degrada, de dia para dia. Ex-ministros das Obras Públicas, como Jorge Coelho ou Valente de Oliveira, tornaram-se administradores de empresas de obras públicas; outros, como Vera Jardim e Luís Amado, são hoje presidentes de bancos. Dias Loureiro, Vara, e muitos outros que têm dirigido os destinos do País, estão a contas com a justiça.
Os políticos dos partidos do arco do poder, PS, PSD e CDS, são os principais atores desta tragédia, e não se espera do seu seio qualquer solução. Poderia haver a esperança de que partidos marginais pugnassem pela higienização da política. Mas Bloco e PCP convivem bem com o status quo. E por fim, políticos que surgem com promessas de regeneração do sistema têm-se transformado em retumbantes fracassos.
Que fazer para salvar esta democracia moribunda? 
PPP e imposto de circulação
Qual o custo no Orçamento de Estado de 2015 das parcerias público-privadas?
Milhares de milhões, porque o estado paga o que não deve: contratos nulos com anexos confidenciais, outros irregulares porque não preveem responsabilidades plurianuais do estado como consagra a Lei e outros cujos concursos não foram regularmente lançados. Suspendam-se estes pagamentos e já.
Para que serve o Imposto Único de Circulação?
O iuc procura – diz a Lei – "onerar os contribuintes na medida do custo ambiental e viário que estes provocam". As receitas "são da titularidade do município de residência" do automobilista. As câmaras devem aplicá--las na manutenção de ruas e na proteção ambiental. Mas as ruas estão um caos. Para onde vai o dinheiro?
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Obs: Medite-se.
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