quinta-feira

Polícia apreende 8 milhões de euros e imóveis de general angolano “Kangamba”

O general angolano Bento dos Santos “Kangamba” foi alvo de de buscas na quarta-feira e é acusado de gerir um fundo de branqueamento de capitais em Portugal. A PJ apreendeu 8 milhões de euros em dinheiro, arrestou três imóveis em Lisboa e apreendeu outros bens patrimoniais do sobrinho de presidente angolano, José Eduardo dos Santos. Apesar da investigação ter sido aberta no seguimento do caso BES Angola, o processo foi autonomizado tal como o de Álvaro Sobrinho e a acusação é de branqueamento de capitais.
O Correio da Manhã refere que os 8 milhões de euros foram apreendidos em dinheiro vivo e que uma das casas do general se situa no Parque das Nações e está avaliada em 2 milhões de euros. Ainda segundo este jornal diário, as apreensões terão sido ordenadas pelo juiz Carlos Alexandre que entende que toda a fortuna de “Kangamba” em Portugal é de “origem criminosa”.
O angolano foi suspeito de estar envolvido num caso de tráfico humano no Brasil, nomeadamente numa rede de prostituição, onde o dinheiro seria lavado através da sua participação em clubes de futebol. Também em França está indiciado por branqueamento de capitais, tendo as autoridades no ano passado apreendido 3 milhões de euros em dois carros de matricula portuguesa que lhe pertenciam.
Bento dos Santos “Kangamba” tem 49 anos e casou em 2010 com uma sobrinha de José Eduardo dos Santos. Na última época, o general angolano de três estrelas foi um dos maiores patrocinadores do Vitória de Guimarães que usaram as suas iniciais no seu equipamento.
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Obs: Há muito que algumas ONGs, das verdadeiras.., têm vindo a alertar para actos ilícitos e práticas criminosas de âmbito transnacional que depois desembocam em Portugal, aportando cá os seus capitais de origem criminosa. Inúmeras dessas práticas têm origem em alguns cidadãos de origem angolana, bem colocados no aparelho de Estado, quer por razões de natureza militar ou com base em ligações pessoais e familiares. 
Porventura, este será mais um caso que se enquadra nessa tipologia de comportamentos e a que Portugal, só porque vive uma situação económica recessiva e precisa de dinheiro como de pão para a boca, não deverá ceder.
Em Portugal, às vezes, ainda vigora o estado de direito. Em Angola, essa condição ainda é uma teoria vã e distante da realidade. 
Espero que Portugal paute a sua conduta judicial pela estrita observância do direito, sob pena de ser uma coutada de luxo dos amigos e familiares do presidente angolano, e sempre,ou quase sempre, pelas piores razões.
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