segunda-feira

Francês Jean Tirole é o Nobel da Economia de 2014

O economista francês Jean Tirole é o galardoado com o Prémio Nobel de Ciências Económicas de 2014, pela sua “análise do poder e da regulação dos mercados”, anunciou esta segunda-feira a Real Academia Sueca de Ciências.
O Professor da Universidade de Toulouse “é um dos economistas mais influentes do nosso tempo” que fez “contribuições teóricas importantes em várias áreas, mas acima de tudo ajudou a compreender e regular setores onde existem apenas algumas empresas poderosas”. Esta é a justificação da Academia para a atribuição do prémio a Jean Tirole.
“Muitos setores são dominados por um pequeno número de grandes empresas ou um monopólio. Sem regulação, estes mercados vão produzir resultados socialmente indesejáveis – preços mais elevados do que os motivados pelos custos, ou empresas improdutivas que sobrevivem porque bloqueiam a entrada de novas empresas e mais produtivas”, explica a Royal Swedish Academy of Sciences.
“Desde meados dos anos 80, Jean Tirole trouxe uma nova vida à pesquisa sobre estas falhas de mercado”, defende a agência. “A sua análise das empresas com poder de mercado fornece uma teoria unificada com grandes implicações para questões de política cruciais: como deve o governo lidar com fusões ou cartéis, e como deve regular monopólios?”.
Jean Tirole nasceu em 1953 em Troyes, França. Doutorou-se nos EUA, no Massachusetts Institute of Technology (MIT). Encontre aqui um currículo atualizado de Jean Tirole e, aqui, uma recolha das suas principais obras académicas.

Uma curta (e resumida) história do Nobel da Economia

Em 2013, os laureados foram Eugene F. Fama, Lars Peter Hansen (dois Professores da Universidade de Chicago, nos EUA) e Robert Shiller, da Yale University, pela sua “análise empírica dos preços dos ativos”. O prémio Nobel das Ciências Económicas é entregue anualmente desde 1969, fazendo deste o 46º prémio. Nos primeiros 45 anos, o prémio foi dividido por duas pessoas em 17 ocasiões e seis vezes houve três laureados a partilhar a honra.
Segundo um conjunto de factos históricos reunidos pelo site oficial do Prémio Nobel, entre 1969 e 2012, a média de idades dos laureados com o Nobel da Economia foi de 67 anos. O premiado mais novo foi Kenneth J. Arrow, que tinha 51 anos quando recebeu o prémio em 1972, e o mais velho Leonid Hurwicz, que tinha 90 anos em 2007, ano em que foi laureado com o Prémio Nobel da Economia. A primeira mulher a receber o prémio foi Elinor Ostrom, em 2009.
A distinção de um francês, este ano, marca uma rutura com o domínio norte-americano na lista dos laureados. Na última década, 18 dos 20 economistas que receberam o prémio eram originários dos Estados Unidos, incluindo um israelista-americano. Jean Tirole é o terceiro francês contemplado com o Nobel da Economia, depois de Gérard Debreu em 1983 e Maurice Allais en 1988.
O investigador trabalha na Universidade de Toulouse desde os anos 90, depois de passar pelo Massachussets Institue of Economy, e era apontado como um dos favoritos ao Nobel há vários anos. Vai receber o prémio e um cheque de oito milhões de coroas suecas (cerca de 878.000 euros) no próximo dia 10 de dezembro, data que assinala o aniversário da morte do criador do galardão, em Estocolmo.
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Obs: Felicite-se o nobilizado, sobretudo por ter desenvolvido uma área de estudo que muitos problemas levanta hoje à organização da economia, à capacidade de liderança da política e à coesão das sociedades. 
Em Portugal, por exemplo, a REGULAÇÃO é um conceito para "inglês ver" e, na maior parte dos casos, faz o jogo das grandes empresas em detrimento dos consumidores. 
Nas telecomunicações e nas gasolineiras os preços chegam mesmo a ser um escândalo, e na energia, com a EDP a oligopolizar tudo e todos, o escândalo ainda é maior, motivo de escassa competitividade da economia portuguesa perante o contexto das economias europeias. 
E porque pagamos todos esses factores de produção acima da média europeia - vamos ficando na cauda da Europa, que é como quem diz, cada vez mais pobres e sem condições de igualdade e de concorrência à partida.

PS: O sublinhado a amarelo é nosso.
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