quarta-feira

Falta de Ética na gestão empresarial



- Houve um tempo em que um aperto de mão, uma palavra entre dois ou mais homens de bem, valia mais do que um contrato;
- Hoje, os contratos são soberbamente violados e, não raro, o prevaricador, o gestor corrupto, de topo ou não, aquele que agiu de má fé por ambição, gula e avareza, ou tudo isso, ainda é compensado pecuniariamente ou premiado com honrarias;
- Houve um tempo na vida das empresas em que o lucro não era o único critério aferidor para a performance empresarial; hoje, ao invés, o lucro absoluto afigura-se como o elemento proeminente da equação empresarial, esmagando todas as demais.

- Num  tempo onde a ética é expulsa da gestão com regras - fica o caminho aberto para a corrupção, para uma gestão económica sem princípios e valores, abre-se uma auto-estrada da permissividade em que ganha sempre o "tubarão" que engole os demais. Até que apareça um outro tubarão maior capaz de abater o tubarão concorrente, mas a ética nos negócios não é reposta.

- Com o detonador oculto da globalização competitiva, toda essa lógica potencia a falta de ética na gestão empresarial e nos negócios, a qual sobrevive porque há uma tremenda falta de transparência, os agentes políticos estão reféns dessa economia de casino especulativa e os reguladores dos mercados são laxistas e, não raro, têm medo de intervir. Medo, porque amanhã serão empregados dos mesmos patrões de sempre, dos "DDT". O BdP é o exemplo acabado desse laxismo, desse medo institucional de regular denunciando, de facto, que Portugal continua a ser o que sempre foi: um quintal composto de feudos, de feitores e de cumplicidades mais ou menos criminosas para o chamado interesse nacional

- O que fizeram os decisores da PT e GES/BES, senão manipularem balancetes, forjaram lucros para justificar activos que, verdadeiramente, não existiam e dividendos que não tinham razão de ser. Depois, sobrevêm as falências, e aqui muitos são penalizados, e poucos, raros, são premiados. 

- Vemos, pois, gestores de topo a agir com base na avareza, com uma terrível falta de escrúpulos, facilitando o processo de insolvência e/ou desmembramento das empresas, arrecadando bónus da casa dos M€. Tudo sob a espectacularidade dos media, que adoram e parasitam estes factos, em alguns casos revalidados por doutoramentos h.c., os quais não passam de miseráveis farsas diante duma nação de joelhos, a mendigar alguma ética.
- Se pensávamos que Portugal já tinha batido no fundo enganámo-nos profundamente. Perante isto, o que pode fazer a democracia representativa, dentro e fora do Parlamento!? 

- O que fazem os polícias dos mercados, BdP e CMVM?! O que faz o farol esclerosado de Belém? O que faz o MP?!

- No jogo intrincado de todos estes absurdos, em que o valor das leis e da ética é reconduzido ao nível de LIXO e a impunidade graça por todo o lado, como se Portugal fosse uma verdadeira República das bananas, talvez não seja marginal perguntar o que pensa ou faz o palhaço do Circo Chen!? 

- Será que este também será objecto de mais doutoramento h.c. por uma dessas universidades que se vendem a troco de menos interioridade e de maior notoriedade!?

- Lamentavelmente, tudo está à venda em Portugal. E pelas piores razões. 
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