Um homem desproporcionado que desconhece o sentido da história: os heróis de doca
O parceiro-mor da troika que tem governado para os mercados e as agências de rating montou-se num barquinho faz-de-conta, a imitar os Descobrimentos, e deu de si a sua verdadeira imagem desproporcionada num Portugal a sangrar, cada vez mais desertificado, sem crescimento e privado de investimento directo estrangeiro, com uma brutal taxa de desemprego e com o tecido económico completamente destruído.
Se, ao menos, Passos Coelho soubesse o significado da gesta dos Descobrimentos, a natureza das pessoas que o fizeram e o que significou isso para o Portugal de 1500 - jamais teria feito aquela figura ridícula, e aproveitasse para estudar um pouco de História, já que os Descobrimentos - através do Portugal do Renascimento e dos seus genuínos heróis - que apostaram a sua própria vida nessa mega-empresa - talvez pudesse compreender que aquela gesta engrandeceu um povo que vivia num pequeno país, afirmando-o e projectando a sua cultura e influência no mundo, ao invés do que se passa desde 2011: em que o povo minguou, não há procura interna, Portugal e os portugueses - empobreceram estruturalmente, e a esperança, mola dinamizadora de qualquer projecto nacional - pura e simplesmente, não existe.
Coelho é, verdadeiramente, um projecto mal concebido, um ser perigosamente desproporcionado, que ostenta um corpanzil sem estar dotado de um cérebro à altura.
Agora que temos eleições porta, esse efeito de míngua de neurónios tende a vir à superfície - num país de marinheiros de água doce e de heróis de doca, verdadeiros cultores da destruição do que resta da economia nacional. São esses os "(h)eróis" deste tempo, que não hesitam em recorrer à mentira de Estado e à simulação para, de novo, iludir os portugueses mais incautos e procurar convencê-los de que são, de facto, eles os menos maus aptos para a governança.
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