terça-feira

Manifesto de 70 personalidades apela à reestruturação da dívida


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Manifesto de 70 personalidades apela à reestruturação da dívida





Políticos, ex-ministros, empresários e economistas estão entre as 70 personalidades que defendem a reestruturação da dívida pública como única saída para a crise. Oiça, a este propósito, o comentário de Nicolau Santos, diretor-adjunto do Expresso.


O antigo ministro socialista das Obras Públicas João Cravinho, uma das 70 personalidades que assinou um manifesto a apelar à reestruturação da dívida pública, considerou hoje que essa é a única forma de Portugal sair da crise.
"Não se trata de apelar para qualquer atitude futura que não seja a de respeito pelas melhores práticas de rigorosa gestão das finanças publicas", afirmou em declarações à agência Lusa, sublinhando que essa questão é "absolutamente essencial".
No entanto, referiu João Cravinho, essa gestão tem de ser feita "de modo a criar condições para que haja crescimento e emprego, porque sem isso [Portugal] nunca sairá da crise".
O manifesto, hoje noticiado pelo jornal Público, é assinado por figuras da política de esquerda e de direita, como os ex-ministros das Finanças Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix, Francisco Louçã, António Saraiva, Carvalho da Silva, Gomes Canotilho, Sampaio da Nóvoa, além de empresários e economistas, e pretende ser "um apelo de cidadãos para cidadãos", explicou João Cravinho.
"Trata-se de um apelo que se dirige a uma questão absolutamente decisiva para o nosso futuro que é preparar a reestruturação responsável da dívida para crescer sustentadamente com respeito pelas normas constitucionais com responsabilidade social e com democracia", avançou.
Embora as figuras que dão a cara pelo manifesto sejam de quadrantes muito diferentes, como tal, preconizem diversas ideias, Cravinho assegurou que "há condições de base mínimas e um larguíssimo consenso" sobre a necessidade de "saber em que condições é que se pode fazer uma restruturação que seja efetivamente eficaz, que resolva os problemas" quer de Portugal, quer da Europa.
Quanto à reação dos mercados,João Cravinho está convicto de que "aceitarão e desejarão a reestruturação da dívida" desde que "haja enquadramento das instituições europeias e desde que o Banco Central Europeu esteja por detrás de Portugal e dos outros Estados-membros".

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Obs: Entre ser escravo dos mercados e da troika - directa ou indirectamente - por mais 20 anos, conforme confirmou fatalisticamente Cavaco nos seus Roteitos VIII, ou reestruturar a dívida - permitindo-nos crescimento com coesão social - nem sequer valerá a pena hesitar na escolha, optando por esta 2ª via - que nos liberta do jugo e do rolo compressor dos mercados e da troika e nos permite crescer com alguma qualidade de vida, ou seja, com mais emprego, bem-estar e consumo interno e, claro, com menos carga fiscal. 
O exemplo alemão citado por Nicolau Santos é muito oportuno, porque revela a opção da Alemanha após a IIGM - em que viu reestruturada a sua dívida e também beneficiou do perdão de outra parte da dívida por parte dos Estados credores que venceram a loucura criminosa nazi. 
Só os lentes de pacotilha - que sabem tanto de economia como o próprio primeiro ministro - resistem a este manifesto, o qual, em rigor, promete uma mudança para a economia nacional se libertar das amarras que tem sobre os ombros e que hipoteca o futuro de todos nós. 
Até Balsemão, sócio fundador do PSD, tem a lucidez de pensar aquilo que é urgente ao momento mais delicado da nossa vida colectiva após o 25 de Abril. 

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