Mário Soares em Paris: um português livre e cosmopolita que não tem medo da VERDADE
Uma verdade que tem destruído Portugal a partir de Bruxelas
Ele, só quer é dinheiro...
Mário Soares tem quase 90 anos.
Não obstante a sua provecta idade, e já se encontrar fora da política activa, ainda é o único português vivo, e com prestígio além fronteiras, sobretudo em França (de cuja cultura francofila é um cultor), capaz de dirigir críticas ao estado da arte que desgoverna Portugal e, ao mesmo tempo, lançar uma farpa a Bruxelas - cuja posição tem procurado reforçar o sequestro político, económico, financeiro e social a que os portugueses foram votados na sequência da entrada da Troika e, acima de tudo, pelas interpretações e intervenções abusivas que o XIX Governo (in)Constitucional tem feito - na economia e na sociedade portuguesas - a fim de o governo fortalecer o seu poder interno e, assim, desmantelar o Estado social no quadro da ideologia neoliberal professada.
Mário Soares recebe a Medalha Vermeil das mãos do Presidente da Câmara de Paris, e, nessa ocasião, em pleno coração da Europa, não hesitou um só segundo em dizer aquilo que 10 milhões de portugueses pensam do actual presidente da Comissão Europeia, par hazard, um português.
Ele, o tal português.., que um dia desertou do governo que dirigia, coisa nunca vista em Portugal (nem em ditadura, nem em democracia, em monarquia ou república, excepto em contexto de guerra civil e/ou ameaça militar externa) - só quer é dinheiro.
Se traduzirmos assim: "a actual Europa e os fracos líderes que a integram, não passa duma rameira em profunda decomposição" (aspas minhas) que é incapaz de ter um projecto de reconstrução que lhe devolva a esperança, a imagem e o estatuto de grande potência que, em tempos, ocupou no concerto das nações.
O grande mérito de Mário Soares reside nesta coisa simples: falar VERDADE num tempo em que todos parecem ter medo dela. Mas é bom que alguém o faça, intra e extra-muros, porque o silêncio é sempre mais penoso do que a afirmação dos valores e princípios da verdade, da solidariedade e da justiça social.
Valores esses que estão hoje completamente arredados desta miserável (des)União Europeia - porque miseráveis são também os seus pequenos e impertigados líderes.
Veremos o que a obra - Portugal, état dúrgence, Chroniques 2011-2013 - nos diz a respeito do que se pode (ou não) fazer pelo futuro de Portugal.
Etiquetas: cosmopolita, Mário Soares, Paris, português livre, verdade
<< Home