Presidenciais Capucho 'equipa-se' para correr a Belém como independente

O antigo autarca de Cascais do PSD, António Capucho, admite poder vir a candidatar-se à Presidência da República nas próximas eleições, avança a edição desta quarta-feira do jornal i. Em declarações à mesma publicação, o ex-conselheiro de Estado não exclui essa possibilidade, tornando-se assim o primeiro potencial candidato a Belém a assumi-lo com clareza. link

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o antigo autarca de Cascais, “currículo tenho e mais diversificado do que outros candidatos”, acrescentando ainda que tem sido “instado por várias pessoas nesse sentido”.

Para lá de estar a ser aliciado por movimentos independentes para concorrer à Presidência da República, o antigo autarca certifica que “muita gente dentro do PSD” o tem abordado com esse mesmo propósito. “São pessoas da minha geração que querem continuar no PSD, embora estejam adormecidas, mas acham que o partido tem de se regenerar”.

Saliente-se que as divergências entre o também ex-conselheiro de Estado e o PSD, partido pelo qual milita, são cada vez mais flagrantes e atingiram um dos seus expoentes máximos no último escrutínio autárquico, ao integrar uma lista de independentes à Câmara de Sintra, encabeçada por Marco Almeida. [...]

Obs: Capucho, de facto, tem mais currículo do que Cavaco, nomeadamente currículo cívico, por isso é uma razão que lhe assiste. Por outro lado, o ex-autarca de Cascais entende, e bem, que o actual PSD de Coelho & Portas, nenhuma relação tem com a social-democracia de Sá Carneiro, inter-classista e solidarista. 

Ora, é sabido que o PSD de Coelho e Portas estão a desmantelar aceleradamente o Estado-social que existia, designadamente ao nível da Educação e Saúde, já para não falar nos esbulhos sistemáticos aos funcionários públicos e pensionistas - que o XIX Governo (in)Constitucional entende que devem pagar a crise do BPN, PPPs e erradas políticas públicas decorrentes - não do Memo da Troika - mas duma interpretação e actuação abusivas feita por Coelho (à margem daquele Memo) a fim de reformar o Estado e a sociedade. 

Só que todos nós bem sabemos que aqueles conceitos, aplicados por este governo implicam, necessariamente, a destruição do Estado e da sociedade, matando qualquer capacidade de iniciativa que está paralisada pela draconiana carga fiscal, além da congénita incapacidade em atrair Investimento Directo Estrangeiro - gerador de emprego e de riqueza. 

Qualquer candidato à actuação presente do locatário de Belém é positiva, mais do que não seja para equacionar o papel futuro do PR e ver a distância, por omissão, que Cavaco tem protagonizado por ter vindo a branquear a actuação dum governo criminoso que tem vindo a gerar desemprego massivo, emigração massiva e falências múltiplas que destroem o tecido económico. 

A emergência na cena pública de Capucho neste contexto representa o paraíso. Nem que seja por contraste com o péssimo mandato feito por cavaco, que apenas se preocupa com a sua imagem, carreira e reforma e não com o interesse nacional. 

No fundo, aquilo que cavaco tem feito é uma violação sistemática ao juramento da CRP - que jurou defender aquando da sua tomada de posse. 

Por último, importa reter a ideia de que há aqui uma dimensão pessoal que opõe Capucho ao actual PSD de Passos Coelho, que aquele considera profundamente impreparado e incompetente para a governação. E antes que o PSD de Coelho (e os tipos de mandam no Conselho de Jurisdição - de tão insignificantes nem me lembro do nome) proponham a sua expulsão, por Capucho ter integrado a lista independente por Sintra nas últimas eleições autárquicas,  Capucho, habilidosamente, atalha caminho e condiciona as opções presidenciais do PSD de Coelho. 

É assim que se faz política em Portugal.