quinta-feira

Durão Barroso representa a perfídia da Europa e o empobrecimento crescente de Portugal. É o homem da guilhotina



As pressões inaceitáveis feitas ontem por Durão Barroso ao TC, na qualidade de presidente da CE ao TC, de facto, não surpreendem. Além de fazer um frete ao XIX Governo (in)Constitucional, Durão é um dos "patrões" da Troika que pretende a manutenção do regime de austeridade aos portugueses para que estes paguem os desmandos dos sucessivos governos que Portugal teve nos últimos anos, inclusive o seu - que abandonou para, à socapa, "cavalgar" a onda da presidência da CE. Objectivamente,Durão defende um continuado empobrecimento dos portugueses e da sua economia. 

E digo cavalgar, porque foi disso mesmo que se tratou. É bom lembrar, para os mais esquecidos, que foi o pretexto da guerra ao Iraque e da alegada existência de armas químicas (que os EUA desejavam provar para fazer a invasão ao Iraque por motivos domésticos no rescaldo dos bárbaros ataques às Torres Gémeas no 11 de Setembro/2001) - que Durão Barroso foi o "porteiro" da famosa Cimeira das Lages, nos Açores - rampa de lançamento para obter os apoios influentes dos EUA, Espanha, RU e outros países europeus - para ser o próximo presidente da Comissão Europeia. Mesmo que na altura se perfilassem outros candidatos melhor colocados e com mais e melhor perfil técnico-político para o efeito, como era o caso do ex-Comissário António Vitorino (com o pelouro da Justiça e Assuntos Internos).

Durão fez os fretes todos para ter os apoios necessários para ser o "eleito". Hoje, em vez de sugerir  uma outra combinação de políticas públicas, mais investimento público e alívio fiscal, com políticas activas de emprego propostas da UE a que preside, ele faz exactamente o contrário e procura punir os portugueses com advertências inaceitáveis aos órgãos de soberania nacionais, como o TC - o nosso único bastião da defesa do país e da dignidade dos 10 milhões de portugueses. 

Por outro lado, o presidente da CE tem a possibilidade sugerir nova legislação, tem ainda a possibilidade de controlar as agendas políticas dos Estados-membros. Por que razão Durão não faz uma coisa nem outra com Portugal ao abrigo das suas funções?

Ou seja, na prática nenhuma medida contra Portugal (ou outro país membro da UE) pode ser desenvolvida sem o acordo do Presidente da CE. E o que é que Durão faz? Exactamente o contrário. O FMI e o BCE - se comparados com o órgão presidido por Durão - não passam de meninos do couro. 

Domesticamente também não se compreende o silêncio de Cavaco Silva que tudo permite - intra e extra-muros, mesmo ao enxovalho da dignidade das instituições do Estado que supostamente deveria representar. Ele jurou a Constituição? Ou foi só para inglês ver... Então, por que razão Cavaco reage assim, com passividade extrema e um silêncio sepulcral?! 

Creio que a resposta reside, mais uma vez, no facto de Cavaco não querer fazer ondas, e desejar, tão somente, terminar o seu 2º mandato sem interrupções politico-inconstitucionais e, assim, julga ele, reservar um lugar na história. No fundo, Cavaco pensa nele, na sua carreira e no seu eventual legado, não pensa no país nem nos portugueses. É um egoísta e um saloio na presidência - que dela e do país tem uma visão paroquial. 

De Passos coelho não haverá muito a dizer. São visíveis os seus constrangimentos públicos. Cansaço, apatia, impotência, desnorte, um extremo envelhecimento precoce com sinais visíveis - além de não saber o que anda a fazer. Já mete dó ver Coelho arrastar-se nos corredores do poder em Bruxelas para, simplesmente, estar calado. 

E, mais grave, está calado porque o mandam estar calado. 

Coelho é já um nado-morto ligado à máquina por Cavaco Silva e, agora, arranjou um novo porta-voz: Durão Barroso. O homem da guilhotina. 

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