A eficácia da diplomacia russa no conflito com a Síria. Afinal, quem é o verdadeiro jackass?!

O mundo sabe que Obama, no quadro da cimeira do G20, em Sampetersburg, chamou "jackass" a Putin (na sua própria casa, in The New Yorker), revelando um descontrolo emocional sem precedentes, além de perigoso. Neste ambiente, é óbvio que a cimeira do G20 terminou alí, sem qualquer conteúdo ou proposta para a questão síria e outras que estivessem na agenda de trabalhos. 

A semana passou com os EUA a deslocarem para a região do Mediterrâneo oriental um arsenal de guerra (por via marítima e aérea) brutal, colocando, dessa forma, uma grande pressão sobre Assad. O objectivo, entre outros, é provar à Comunidade internacional que o governo sírio utilizou armas químicas contra o seu próprio povo e, por essa via, justificar uma intervenção militar, mesmo sem a aquiescência da ONU (e do seu CS) e repor a normalidade no país. 

Sucede que a diplomacia é como o tempo, não pára e as diligências entre os aliados - Síria e Rússia - ajustaram uma posição comum interessante que é inibidora da acção militar (em gestação) dos EUA na Síria. Essa acção, ou melhor, esse plano, proposto pela Rússia e aceite pelo ministro dos Negócios Estrangeiros sírio - passa pelo desmantelamento de armas químicas. O que permitirá um controlo internacional dessas armas indo, assim, ao encontro da proposta de Putin e, por outro lado, satisfazendo os objectivos norte-americanos neste conflito que importa ser travado. 

Resultado: a Rússia, através de Lavrov, MNE, irá desenvolver esse plano de desmantelamento de armas químicas em conjugação com o Secretário-Geral das Nações Unidas (e a Síria), e os EUA ficam a contemplar o seu brutal arsenal militar - que regressará a casa sem disparar um único tiro - e, mais grave, sem por em prática a sua diplomacia, aqui totalmente ultrapassada pela diplomacia russa que, agora sim, estará em perfeitas condições para devolver a farpa a Obama (que sai de tudo isto muito mal), chamando-lhe um verdadeiro jackass.