Emplastro refinado nas lides políticas: um caso de criatividade pura e aplicada. Serviço público
Sublinhei noutro sítio que desde que o Emplastro montou placa estragou a sua imagem de marca, paradoxalmente. Ou seja, arranjou e piorou escavacando a sua habitual imagem de marca (decadente) colado aos jornalisticas em reportagem de eventos desportivos.
Também aqui o Emplastro, agora com dentadura Pepsodent, com ar mais lavado e civilizado compreendeu que o seu espaço público, a sua esfera de influência e toda a sua colagem mediática tinha de evoluir para outros campos mais mediáticos. Ou seja, emigra do meio paroquial do futebol, já muito estafado, para a arena mais política, onde se travam os combates pela modernização e desenvolvimento da sociedade, como a área da justiça - que tem impedido que Portugal honre compromissos, faça justiça metendo criminosos na cadeia, acelere os processos com antecipam as falências das empresas e destrua, literalmente, famílias inteiras pelos atrasos, incompetência, erros e iniquidade da justiça que temos que prolongam eternamente processos e que são o sinal evidente para afogentar qualquer investidor estrangeiro que queira aportar os seus capitais a Portugal e cá gerar riqueza, empregos e bem-estar.
Compreendendo a evolução destas dinâmicas sociopolíticas, o bom do Emplastro passou a colar-se à esfera da justiça, granjeando aí um capital mediático revigoradamente hilariante. Desse modo, o Emplastro aparece junto aos tribunais, ridicularizando-os, aproveitando também essa "onda" para se colar aos advogados de D. Lima (e outros agentes da justiça) sem que estes, pelos vistos, demonstrem rejeição ou repulsa por tão nobre e aristocrática colagem e companhia peripatética.
Só falta o Emplastro aparecer atrás da "raposa" da justiça, para retomar a impressiva narrativa de Marinho e Pinto, bastonário da OA, denunciando, mais uma vez, que o rei (da justiça) vai nú. Neste caso, a raposa está sem pêlo...
Será isto resultante dum atraso mental do Emplastro, decorrerá duma pancada e/ou obsessão que ele tem em querer aparecer de modo compulsivo junto das camaras?!
Se formos redutores na resposta, tenderemos a responder afirmativamente. Mas se olharmos a linha do horizonte e procurarmos também o zénite que se estende para lá dele, podemos identificar no Emplastro - e no ridículo que ele representa (passando por efeito de contágio também a ridicularizar as áreas e os sectores da governação às quais se cola a fim de denunciar que, afinal, o rei vai nú) uma criatividade paradoxal no seu estado de consciência, pois é através da sua presença nessas reportagens que algo muda ao nível das nossas percepções. E ao mudar no plano do nosso entendimento, passamos também a questionar a seriedade e credibilidade dessas políticas públicas, dos respectivos protagonistas que, em inúmeros casos, como é o da justiça, da economia e outros, não passam de meros figurantes duma ópera bufa que há muito roubou a esperança aos portugueses. O Emplastro, e até o afirmo sem ironia, embora com muita flexibilidade e cedência de análise, representa hoje, de forma impressiva, uma tonelada de criatividade-Pepsodent bastando, para o efeito, que ele se esconda atrás do homem que fala. É esse "deus comunicacional" que o Emplastro secunda num gesto quase religioso como que querendo advertir os portugueses que, afinal, todas as reformas políticas de que Portugal precisa, não terão lugar se ele não aparecer atrás do homem que fala, o deus do momento.
Talvez por isso não seja de estranhar ver o Emplastro atrás de Pedro Passos Coelho na presidência do CM, em S.Bento, na sede do psd e noutros fora - a fim de ajudar o PM em funções a comunicar à sociedade as reformas prometidas. E depois estenda essa actividade mediática além-fronteiras, quiça atrás da pele de Zé Du, esse grande democrata angolano - que prometeu a Passos utilizar o seu petróleo e os seus diamantes ao serviço da economia portuguesa.
E quem diz atrás do PM, diz atrás da Troika - onde os players, de 5ª ou de 7ª linha, como diz o sr. BPI, nada devem à inteligência e ao conhecimento detalhado da economia e da sociedade portuguesas.
A esta luz, arrisco-me a dizer que o Emplastro faz serviço público - pela energia hilariante que passa a todos os portugueses, coisa que o PM, a ministra da Justiça, o ministro da Economia e o das Finanças e tutti quanti - não conseguem fazer.
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