terça-feira

O Estado é hoje um perigo, um cemitério...

Quando vejo o sr. Relvas, uma espécie de feitor do Gov destacado para pôr ordem naquele conselho de gerência que ainda está a aprender a mexer nos botões desse maquinismo complexo que é o Estado, debitar umas banalidades acerca da questão de saber se há ou não folga financeira para congelar um dos subsídios aos funcionários públicos, lembro-me sempre daquele trolha que um dia disse ao pai que queria ser poeta.
A leviandade com que Relvas fala daquilo que não sabe, referindo objectivos, metas, quantificações mais um palavreado que só encontra paralelo num Comissário bruxelense, Olli Rhen, evoca-me a ideia de que a retórica é o cemitério das banalidades humanas e o hospital o sítio para onde deveriam ir os inválidos.
Pobres funcionários públicos estes que, apesar de terem habilitações académicas muito superiores aos seus colegas no sector privado, ainda têm que aguentar com um "patrão" que quando fala o sentido das suas palavras tanto podem apontar para o sim como para o não. Fica o logo se vê.
Relvas a dissertar sobre se há ou não folga para libertar um desses subsídios dos FP, e a forma como o fez, revela bem que desconhece a plenitude da matéria sobre que valora, e isso faz hoje do Estado um perigo iminente para todos nós, já que tem à sua frente idiotas, e, pior ainda, idiotas com poder. O que faz do Estado actual o maior perigo dessa nave desgovernada que tanto nos pode ir ao bolso pelo IRS, pelos IMIs, pelos IVAs mais uma catrafada de impostos ocultos - reveladores da desproporção entre o poder do Estado e o poder social, que é o ambiente em que muitas revoluções se forjam - pelo descontentamento social que geram nas pessoas, nas famílias, nas empresas e nas organizações em geral.
Além de que este intervencionismo do Estado - agora estendido à banca - representa um perigo acrescido, já que tende a absorver toda a espontaneidade social pelo Estado, ou seja, anulando toda a vitalidade histórica que poderia nascer da sociedade e que o Estado do sr. relvas e doutros como ele matam à partida.
É por isso que o actual Estado não é uma pessoa de bem, é, pela ignorância, futilidade, impreparação técnica, imoralidade e oportunismo político um perigo maior da nossa contemporaneidade. É, passe a analogia, como sermos julgados num tribunal onde o júri é o maior dos criminosos - por ser o chefe do grupo que continua a penalizar voluntariamente os seus concidadãos.

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