Medite-se neste imenso job for the boys, boys for all parties
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CGD já deu emprego 23 ex-ministros e secretários de Estado DD
Banco detido totalmente pelo Estado, a Caixa Geral de Depósitos já deu emprego a 23 antigos ministros e secretários de Estado, depois destes terem cessado funções governamentais. A notícia é avançada na edição desta quinta-feira do jornal Diário de Notícias, que, no entanto, recorda que este não é um «privilégio» exclusivo do banco estatal – também a PT, EDP e Galp, empresas com participações do Estado, já receberam ex-governantes.
A conclusão surge no seguimento de uma longa investigação sobre o estado do Estado que o DN tem vindo a publicar nos últimos dias, com a edição de hoje a deixar a certeza de que ser um antigo ministro é mesmo a melhor profissão.
Para estes ex-governantes, assim como para antigos chefes de gabinete, assessores e secretários de Estado, as empresas do Estado ou com fortes participações estatais acabam funcionando como prateleiras douradas quando a «comissão de serviço» no Governo termina, ainda que a grande maioria não tenha sequer grandes conhecimentos sobre as áreas para onde transita. O que, por outro lado, não impede que passem a ganhar mais do que auferiam nos ministérios.
De acordo com o DN, a grande maioria passa a auferir mesmo de vencimentos mais altos do que o primeiro-ministro, podendo mesmo chegar aos 20 mil euros/mês, mais direito a carros de serviço, telemóvel e cartão de crédito. Obs: Este é o estado do Estado a que chegámos. E o mais grave, é que este uso e abuso altamente corruptor por parte dos agentes e principais decisores do aparelho de Estado, não é um método exclusivo do PS, foi também a metodologia sistemática aplicada pelo PSD quando era poder. O cavaquismo inundou o Estado de boys, intensificou e alargou a orgânica do Estado - criando e multiplicando inúmeros institutos públicos, hoje os principais sorvedouros do dinheiro dos contribuintes. Cavaco, no fundo, esse arauto da boa gestão do aparelho de Estado, foi, na prática, o pai do "monstro" que acabou por criticar, por ironia do destino. Confesso que não vejo forma de alterar este esbulho vioneto ao Estado (que somos nós, os contribuintes) - que parece utilizadar as empresas públicas para proporcionar lugares a amigos e correlegionários, muitos dos quais não têm no seu cv competências e skills para o desempenho dessas funções de topo na gestão e administração de empresas públicas e doutras empresas participadas pelo Estado. A consequência lógica desta corrupção simultaneamente política, moral e ética é, obviamente, a secundarização do interesse público em benefício do interesse organizado dos amigos do poder, que secam o Estado de recursos e de estratégias de reforma e dinamização impedindo a vitalidade empresarial e social no país, qualquer que ele (esquerda ou direita), preterindo, desse modo, o tão proclamado interesse geral do bem comum que falava Aristóteles. Numa palavra: é lamentável este estado de coisas, especialmente numa conjuntura quase recessiva, com enormes problemas económicos e sociais também resultantes da gestão de empresas, como a EDP - que tem um grande balanço na sua contabilidade pública, mas junto do consumidor pratica os mais elevados preços de energia da Europa; idem aspas para as "Galpes" deste nosso descontentamento luso... O que só atrofia a dinamização das actividades dos agentes económicos e sociais em Portugal.
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