Evocação de Sandokan e de Emílio Salgari
Kabir Bedi - Sandokan SONG LIVE
Era um dos meus heróis de criança. Então imortalizávamos esses personagens (que confundíamos com os autores das peças) através dos famosos cromos - que serviam para a troca para qqr outra coisa: bilas, peões, uma gasosa...
São as memórias das maravilhosas aventuras de Sandokan - o "Tigre da Malásia". Hoje, Portugal precisa dum pirata deste calibre, e não dos pseudo-piratas que assaltaram o BPN, o BPP e conexos. Alguns desses pequenos piratas encontram-se refugiados em antigas colónias, por ironia da história. Tudo, afinal, serve para evocar o génio de Emílio Salgari - que conseguiu conceber o pirata mais carismático dos mares, que hoje daria imenso jeito, nem que fosse para resgatar às antigas colónias portuguesas piratas sem escrúpulos que actuaram sempre lesando os interesses dos mais fracos.
Até porque Salgari quando concebeu a peça quis que Sandokan fosse um tipo ao mesmo de aparência cruel, mas apaixonado e generoso, sempre disposto a ajudar os mais fracos no eterno conflito da história do poder que contrapunha as metrópoles europeias às colónias africanas, asiáticas e sul-americanas. No caso de Sandokan, batia-se pela defesa da ilha da Malásia - contra o império de Sua Majestade. Hoje ninguém pensaria ir a Cabo Verde dar um estalo e um puxão de orelhas a quem lá se entrincheirou, ainda que tenha de responder perante a justiça - que - alguém disse - tarda, mas não falha: E eu pergunto, o que é isso da justiça?!
Confesso que gostaria de recuperar alguns desses cromos, o que implicaria fazer uma grande viagem no tempo - que o Senhor Tempo certamente não permite que se faça.
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