quarta-feira

Recordar a obra-prima que foi Matrix 10 anos depois

Matrix - why?

Na dimensão matrix, como na realidade portuguesa, há uma fusão visionária entre acção e drama e uma história intrincada cheia de pormenores capazes de dar dimensão psicológica às personagens. É o admirável mundo novo que ali se apresenta, recordando os desenhos animados, as artes marciais mas também a religião, a mitologia, a filosofia misturadas com a ficção científica. Tudo nos empurra para o outro lado do espelho, multiplicando simulacros e alienações neste jogo do gato e do rato, da realidade e da ficção.
Porquê Matrix Reloaded?

Ou mesmo Matrix Revolutions (dos irmãos Wachowski) para descrever o horror que poderá estar à nossa espera, caso a justiça não se faça na nossa sociedade ou a tecnologia seja mal utilizada. Tal como no filme, as imagens e os vírus portugueses têm feito “xeque-mate” à condição humana, abalando os fundamentos da própria existência e civilização. Daí o paralelismo e a ironia contagiante do processo a que estamos sujeitos.
A sequência de acontecimentos de natureza económica, financeira e social que balizam a nossa existência colectiva em Portugal, define um padrão visual grave. Como uma lei matrix, a imagem já não pode ser ameaçada por nenhum vírus porque, em rigor, ela passou a existir como vírus que vive em regime de autofagia, porventura fragmentando-se até ao infinito.
A Justiça portuguesa precisa de um Neo (K. Reeves), que optou por tomar o comprimido vermelho no Matrix, aceitando-se a si como o “escolhido”. Mas essa opção trouxe-lhe uma responsabilidade acrescida: não desapontar Morpheus (L. Fishburne), que acredita que o seu destino é acabar com a guerra contra as máquinas.
Que é como quem diz: a justiça portuguesa deve seguir as dúvidas de Neo e a sua capacidade de proteger Zion, última povoação humana na Terra…

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