quarta-feira

Em cada homem há um potencial assassino. Crime na Big Apple

A destrutividade humana é um tema que cruza a atenção de várias ciências sociais e humanas. E entre todos os seres vivos, o homem parece ser o único que destrói por destruir, i.é, como um fim em si. Já Freud atribui essa destrutividade humana à tal pulsão de morte inata e a tendências necrófilas resultantes de fixações de pendor sexual de tipo edipiano, e nisto Freud foi, talvez, demasiado redutor, pois esqueceu factores de ordem cultural. Mas o ponto que pretendo sublinhar, até por referência ao crime de costumes (e de ódio!!) cometido em N.Y., que envolveu dois portugueses que neste momento estão dando mau nome ao país, o que também baixa o rating da República, é que essa destrutividade tem origem na traição que o Homem cometeu contra si próprio, de modo a obter uma quota-parte de um poder que, afinal, não passa de alucinação. Mas no caso vertente, pelos factos que se conhecem, arrisco-me a dizer que se trata dum "fado" em que cada um um colaborou conscientemente, na sua própria submissão - (em que um queria ver saciados taras de gay empedernido, o outro desejava dinheiro, ascenção meteórica ao mundo da fama através da moda, refém da sua pópria gula). E foi nesta mola que um dos actores começou a desenvolver um ódio vitalício a si próprio. O aspecto terrível neste processo, é que só a destruição ainda faz com que uma pessoa se possa sentir viva. Ou, como diria o "outro", essa libertação só poderia ser atingida mediante a castração. Este bater no fundo, porque já não se aguentava mais viver com a perda dos valores humanos em que se foi educado, pode conduzir ao assassínio. O problema, é que agora há uma moldura penal dura por cumprir, a do Tio Sam, o que significa o regresso à realidade, à prisão. Na prática, essa libertação culmina no aprisionamento de nós próprios. No fundo, o homem nunca está satisfeito, e tirar a vida a um velho decadente e com taras nunca foi um gesto digno de qualquer louvor.
Antecâmara: Para descongestionar o cérebro desta loucura empedernida dos novos tempos em terras de Tio Sam.
Straight To Number One - Touch And Go

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