segunda-feira

James Ellroy

Público
James Ellroy
"Poder dar um tiro em alguns mafiosos - isso, sim, far-me-ia feliz" 17.02.2010 - Luís Maio James Ellroy assume que é homem à altura dos homens dos seus livros: autoritário e com forte fixação em mulheres; homem de consciência, mesmo se a conduta pessoal não é a mais correcta. Foi uma entrevista tensa e musculada - faz justiça à fama de génio contorcido do escritor a que Joyce Carol Oates chamou "o Dostoievski americano".
Quando cheguei, James Ellroy estava a dar outra entrevista. Falava num tom de voz doce, sinal de já ter criado cumplicidade com uma colega de outra publicação. No final até lhe pediu para voltar a entrevistá-lo para o ano que vem, quando sair o seu novo livro. Então, afinal, a irascibilidade e a soberba, frequentemente denunciadas pelos críticos de Ellroy, não passam de mistificação? Fiquei com a impressão que o escritor norte-americano de 61 anos guarda a sua face mais sedutora para jornalistas de saias. Digamos que a minha conversa com Ellroy evoluiu em muitos sentidos, menos para uma grande confraternização ídolo/fã - o que está longe de querer dizer que tenha redundado num fracasso. Na verdade, até parece ter resultado melhor no papel que ao vivo.
James Ellroy esteve em Lisboa, no decurso da "tournée" de "Sangue Vadio", o romance que encerra a trilogia "Underworld USA". Entre nós a Presença acaba de reeditar "A Dália Negra", "A Colina dos Suicídios", "No Escuro da Noite" e "Sangue na Lua". A edição de "Sangue Vadio" fica prometida para Maio.
Os degraus da ambição (...)