domingo

Madeira foi engolida pelas águas que mataram dezenas (VÍDEOS)

Pelo menos 40 pessoas morreram e mais de 120 feridos foram assistidos. Número pode subir, pois há vilas isoladas. Os 185 litros por metro quadrado no pico do Areeiro não um recorde absoluto em Portugal...
Veja aqui os vídeos da desgraça.
INFOGRAFIA: Mapa das zonas mais afectadasFOTOGALERIA: imagens do temporal
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Erros urbanísticos que agora se pagam muito caro
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Obs: Toda a solidariedade para com a Madeira e com os madeirenses é hoje pouca, apesar dos crimes urbanísticos cometidos, por acção e por omissão, pelo presidente vitalício do respectivo Governo regional. ----------------------------------------------------------------------

Erros urbanísticos que agora se pagam muito caro, dn

por CÉU NEVES

Ambientalistas denunciam projectos que roubaram espaço às ribeiras que transbordaram.

Os madeirenses que vivem na Baixa do Funchal tentam reorganizar a vida, depois de verem casas inundadas, carros albaroados, estradas e pontes destruídas. Os que moram nas zonas altas nem querem imaginar o que vão encontrar quando descerem a encosta até à Marina. E há quem aponte o dedo às opções urbanísticas, como os ambientalistas.

"A forte pluviosidade contribuiu para o que aconteceu, mas não é a única causa. Há um agravamento da situação devido aos erros do ordenamento do território que se têm cometido na ilha, em participar na costa sul que é a zona onde reside mais de um terço da população", critica Hélder Spínola, dirigente da Quercus na Madeira.

É, também, aquela opinião do Partido Ecologista Os Verdes (PEV). Em comunicado, denunciam "os erros de ordenamento territorial e urbanísticos que se têm permitido em prol de interesses privados e que têm, depois, efeitos devastadores em situações" como a vivida no território madeirense.

Referem-se sobretudo à forte pressão imobiliária do sector turístico, mas também se construíram estradas e vias de acesso que interromperam e estrangularam o curso dos águas. "Não existe uma vazão eficiente das águas. As ribeiras não têm espaço suficiente para permitir o escoamento das águas", sublinha o ambientalista.

"É ridículo estar-se a falar nessas situações", reage Miguel Albuquerque, o presidente da Câmara do Funchal há 16 anos, o concelho mais atingido pelas inundações (ver entrevista). Andou ontem todo o dia a tentar perceber como tirar a cidade do caos. E promete voltar às 07.00, com uma equipa de 200 pessoas, funcionários, os bombeiros voluntários e municipais e 80 empregados de limpeza. Aceita que há uma ou outra opção urbanística errada, mas não as responsabiliza pelo que aconteceu.

O ambientalista da Quercus refere-se sobretudo às três principais ribeiras da Madeira - de S. João, St.ª Luzia e João Gomes -, que diz terem sofrido estrangulamentos, acabando por transbordar. E, ontem, as águas não percorreram o percurso normal e acabaram por destruir estradas, pontes e casas. Não desaguaram no mar como seria natural. Hélder Spínola sublinha que não é a primeira vez que a ilha está sujeita a intempéries e que fizeram mortos em 1993 e em 2001. "Estavam previstas chuvas intensas e eu próprio vi que as vias estavam completamente entupidas. Há uma faceta natural, mas também há uma faceta humana e de prevenção e foram essas que falharam."

Os Verdes consideram que "é visível que as intervenções hidráulicas que têm decorrido nas linhas de água desta ilha e em toda a faixa litoral vieram agravar os efeitos da intempérie". E mostram-se disponíveis "para apoiar e viabilizar toda a espécie de apoios que serão necessários para ajudar". dn

Obs: Quem tem uma opinião diferente da de Al berto joão jardim é logo acusado de idiota ou um comuna soviético perigoso, esta é a reacção e o ódio habitual que o presidente vitalício do Governo regional da Madeira destila à população, o que é errado. Um erro que hoje deve ser, em boa medida, imputado ao dito presidente vitalício para quem o conceito de democracia ainda não foi inteiramente apreendido, e, agora, tristemente, porque à custa de dezenas de vítimas, e não há preço que recupere a vida dessas pessoas.