domingo

A incongruência do doutor Marcelo de Sousa. A cisão dos esquizofrénicos

Foram conhecidas as expressões de má moeda proferidas por cavaco Silva a propósito da incompetência do então PM Santana Lopes, que será agraciado com uma cruz qualquer que pesa no armazém de Belém. Hoje, de forma surpreendente, ou talvez não, o doutor Marcelo defende que o PR deverá seguir a tradição e oferecer a dita condecoração a esse "resíduo" político (no sentido paretiano) que é Santana Lopes, que ainda anda por aí (agora no caixote do lixo de Belém). Marcelo acha que a estória não finda (como Fukuyama) e, não obstante ter dito "cobras e lagartos" do então PM, Santana, que fez com que até Rui Gomes da Silva (então ministro dos "Assustos" parlamentares) o censurasse pelos seus comentários na TVI (a famosa "cabala"), acha agora normal que alguém que desorganizou e desprestigiou o Estado - com ministros seus à estalada na praça pública - receba a dita condecoração. De facto, este cinismo e duplicidade de Marcelo só pode colher numa espécie de cisão dos esquizofrénicos - que não sendo capaz de manter uma unidade no sentir, ou seja, flutua nas avaliações que faz consoante as conjunturas, as pessoas e os interesses político-partidários do momento, acaba por valorar de forma subjectiva, parcial e mui tendenciosa. Por não ser isto que se espera de um analista sério e isento, qual intérprete do simbólico, o douto Marcelo continua a misturar os seus gostos e interesses e planos políticos com a objectividade. Nesta conformidade, dizemos aqui que o comentador tenta impingir uma análise que não encontra base nos factos nem na realidade. É a esta incongruência da análise que podemos designar por cisão dos esquizofrénicos.
    • Nota: Ao passo que um esquizofrénico normal se reduz a si próprio para não ser descoberto na incongruência da sua análise, um esquizofrénico refinado reduz a própria realidade, negando as suas contradições.