quarta-feira

Sergio Cotta - O desafio tecnológico -

É hoje ambígua a noção de crise, ela penetra a família, o direito, escavaca a sociedade, mina a sociedade política - leia-se, o Estado - , danifica os valores. É, na sua plenitude, a crise do homem. É perante este desconcerto que hoje tropecei numa obra pequena mas que já tem mais de 40 anos, e, na sua essência, ainda não se desactualizou. Mas apesar de o homem ter sulcado as novas tecnologias que hoje inundam o seu tempo e imaginário, como satélites, sondas e o mais, inaugurando uma situação radicalmente diferente do passado, o tal mundo d' ontem, é o mesmo homem que tem de enfrentar a vida, a morte, o amor, os céus e a terra. E neste "capítulo" a coisa não mudou muito. Trata-se, pois, duma obra antiga, mas actual nas preocupações, pois entre a ciência, a técnica e a produção estabelece-se, por consequência, uma relação contínua de interacção propulsora, que se desenvolve segundo um circuito em espiral progressiva, só é pena é que a Europa de Durão Barroso esteja económica e socialmente destruída pela desarticulação daquela espiral que, à cabeça, deveria servir o bem comum, e não o interesse particular de homens como Barroso que zarparam para a Europa - não para a engrandecer, mas para se engrandecerem a si, ainda que à custa duma Europa que já deu cartas no mundo e hoje não passa dum gigante com pés de barro.