domingo

O jumento sobre o Edil da capital

MAIS UMA DO ANTÓNIO COSTA
«Continuam as ondas de choque dentro do PS devido às declarações do ministro Vieira da Silva (há uma semana, na Antena 1) considerando "espionagem política" o facto de José Sócrates ter sido interceptado nas escutas dos investigadores do caso "Face Oculta" a Armando Vara.
O facto de Vieira da Silva ter politizado a actuação da investigação criminal suscitou várias críticas internas, inclusivamente dentro do Executivo liderado por José Sócrates e na cúpula da direcção do partido. Alberto Martins, ministro da Justiça, fez saber que se distanciava da declaração. Anteontem à noite, na Quadratura do Círculo (SIC Notícias), foi a vez de o número dois do partido, António Costa, se mostrar desagradado: "O exercício de certas funções impõe restrições à forma como falamos e como agimos. Um membro do Governo tem especiais deveres de reserva na forma como comenta a actuação de outros órgãos de soberania, designadamente o poder judicial", afirmou, considerando depois que actuações que não respeitam estas regras são "disfuncionais".» [Diário de Notícias]
Parecer:
António Costa está sempre disponível na hora de lhe dar jeito demarcar-se de José Sócrates e desaparece sempre nos momentos de manifestar solidariedade. Enfim, cada um sobe na política como sabe.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
Obs: Em política a linguagem - formal e substancial - é importante. Mas para lá das expressões, existem os factos pidescos que circundam o PM, ou seja, visa-se escutar os amigos pessoais do PM para atingir Sócrates. Neste sentido, algumas expressões são integráveis e/ou desculpáveis no discurso político corrente. E é nos momentos de aperto que o cerco se deve fechar e não abrir, é nesses momentos que se impõe um quadro de solidariedade e não uma lógica disruptiva como quem está na Baixa da cidade a olhar para S. Bento. São estes olhares cínicos que a política humanista deve evitar.