sexta-feira

Mau jornalismo em vésperas de fim de semana

Tenho-me perguntado por que razão alguns media, um em particular, produz e divulga tão mau jornalismo. Será apenas por uma questão de maldade dos players de serviço, na medida em que são conhecidos os ódios de estimação que a direcção de uma estação de tv nutre pelo PM em funções?!
Por maior que seja a maldade e a canalhice que anima e motiva certas pessoas que dirigem, directa ou indirectamente, certas organizações e empresas que estão no mercado para fazer dinheiro e potenciar o seu campo de influência, pois só assim aumentam as garantias de obter um melhor share publicitário que irá alimentar a engrenagem e olear a máquina, haverá, seguramente, outras razões que conduzem a outras tantas motivações.
Desde logo, a falta de abertura mental e apego a fórmulas que são ajustadas ao mercado do dinheiro e do poder. Isso, de per se, faz com que algum do jornalismo (político) tóxico actualmente produzido em Portugal, sobretudo em contexto hiper-eleitoral, descambe numa fórmula rígida da objectividade. Pelo que o manuseamento unidimensional das notícias passou a conferir à mentira (ou à meia verdade) a mesmíssima importância e impacto dada à própria verdade. O que é uma enormidade - hoje difícil de corrigir, sobretudo pelo relativismo axiológico entretanto institucionalizado na sociedade.
Foi esta alteração de percepções que elevou a influência dos idiotas e imbecis ao nível dos sábios, mas basta vê-los e ouvi-los 20 segundos para percebermos que lhes pagaríamos para não serem nossos secretários pessoais.
Talvez aqui esteja a chave-explicativa para compreendermos a razão pela qual hoje a ignorância, a pesporrência, a arrogância que oculta imbecilidade e insegurança, e, no limite, onde o mal se converte no bem neste joguinho de faz de conta - permite perceber como determinado tipo de (desin)formação tem hoje lugar em Portugal, embora se trate do jornalismo punitivo, motivado mais pelo ajuste de contas do que por uma vontade séria de informar com credibilidade, rigor e transparência.