Problemas económicos impulsionam crise nos direitos humanos - diz Amnistia Internacional -
Os problemas económicos globais estão a contribuir para o alastrar de uma crise nos direitos humanos, alerta a Amnistia Internacional no relatório anual de 2009: O Estado dos Direitos Humanos.
Maria João Soares, in JN
“A recessão económica agravou os abusos, dispersou a atenção sobre eles e criou novos problemas”, disse a secretária geral da AI, Irene Khan, num comunicado citado pela CNN.
“Em nome da segurança, os direitos humanos foram pisados. Agora, em nome da recuperação económica estão a ser relegados para o banco de trás”.
A responsável diz que há “milhões de pessoas a sofrer de insegurança, injustiça e indignidade”.
“A crise é sobre falta de comida, emprego, água limpa, terra e casas, e também sobre deprivação e discriminação, crescimento desigual, xenofobia e racismo, violência e repressão em todo o mundo”.
A Aministia enumerou os principais focos de problemas, destacando a subida dos preços alimentares e o consequente aumento da fome e doenças.
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Obs: Infelizmente, este tipo de tendência não surpreende, pois é em períodos de grande turbulência económica que se cometem os maiores atropelos aos direitos humanos. Tudo em nome o take-of económico que tarda em chegar, e quando chega também não resolve os problemas sociais, de crescimento, redistribuição da riqueza, laborais, de inclusão e conexos acima referidos pelo Relatório da AI. Já Bismarck, chanceler da Alemanha no séc. XIX, dizia que ou havia canhões ou manteiga, para significar que as nações teriam de investir mais em segurança & defesa sacrificando a economia de bem-estar, ou o inverso - mas com efeitos terríveis para a manutenção da segurança das potências que não queriam perder quota de poder e de influência para as suas rivais no concerto europeu. Ora, hoje os grandes desafios das sociedades post-modernas é o de, precisamente, conseguirem fazer essa quadratura do círculo desenvolvimentista, garantindo segurança, bem-estar e coesão social, mormente para os mais desprotegidos e fracos que hoje se encontram reféns dos apoios sociais que a crise de confiança global só veio agravar. Razão pela qual esta preocupação da AI deve ser reflectido e meditado pelos poderes públicos com responsabilidade na matéria.
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