Uma família Rothschild em Portugal - para sair da crise -
Com o termo da Primeira Grande Guerra - 1914-18 - os monarcas esqueceram-se deles e muitos dos seus investimentos e negócios foram penalizados. O que revela que os monarcas recorriam aos "judeus" quando precisavam de financiar guerras para se manterem no poder, depois marginalizavam-nos quando a conjuntura mudava. Em todo o caso, a família Rotschild manteve sempre grande influência em Londres e Paris, centro de negócios e pólos donde irradiavam a política europeia que acabava por ditar o rumo das grandes políticas financeiras internacionais.
Os Rotschild além duma família de banqueiros foram também homens de cultura, de mecenas que ajudaram na difusão dos grandes valores humanistas e das suas criações. A Europa hoje está como está, à beira da falência, com um desemprego galopante, registando indicadores de consumo preocupantes. Portugal não é excepção, apesar da nossa situação ser menos grave do que alguns países da Europa. Espanha está pior, mas isso não deve servir de consolação para ninguém. Infelizmente em Portugal não há nenhuma família Rotschild que ajude o País - e a Europa - a sair deste caldo de recessão que se instalou e em relação ao qual desconhecemos quando termina. Mas se as famílias Amorim-Belmiro Azevedo mais meia dúzia de multimilionários nacionais se concertassem num plano geral de recuperação da economia nacional - enquadrado com um plano de dez anos - contratado com o Estado - muitos dos indicadores de crise que hoje o país regista deixaria de fazer sentido. O problema é que quanto mais rico se é menos cooperante se fica, a lógica do capital é, por natura, triturante e isso impede que os magnatas do capital portugueses (ou de qualquer outro país) façam uma convergência de investimentos nacionais em prol da economia portuguesa. Se isso acontecesse estaríamos perante um verdadeiro milagre da economia com a política, unindo empressários e políticos - e trabalhadores - numa finalidade comum: o bem comum de que falava Aristóteles. O problema, caso esta concertação ocorresse, é que depois os sindicatos ficariam, aparentemente, ser razão de ser. E talvez esta ideia não seja completamente utópica, pois bastaria que meia dúzia de magnatas nacionais se predispusessem a afectar 1% dos seus proventos para o desemprego nacional descer a piquei para a taxa dos 2 ou 3%. Ontem sua eminência Ricardo Salgado Espírito santo foi à televisão debitar um conjunto de ideias comuns, apenas retive os elogios ao dr. Durão Barroso e ao esforço do Governo para debelar a crise. Foi curto... Dito isto apraz-me pensar que, doravante, só faltariam duas condições para começar a desenhar este "Plano Marshal" de recuperação da economia nacional no III milénio: que o Governo tivesse "tomates" e que os ditos também não faltassem aos magnatas.
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