quarta-feira

[Evocação de] Luiz Pacheco - "O caso do sonâmbulo chupista"

Evocação de Luiz Pacheco...

Após revisitar Luiz Pacheco (que denunciou o plágio de Fernando Namora ao romance de Vergílio Ferreira) - pergunto-me com que valores, princípios e credibilidade um ex-edil da capital - após ter arruinado a tesouraria da autarquia de Lisboa com despesas sumptuárias e projectos megalómanos, contribuído estrondosamente para os caos urbanístico e ter criado o caldo de cultura gerador de nepotismo e corrupção - hoje se recandidata à mesma autarquia?!

Estaremos perante uma nova modalidade de plágio em que o objectivo (ou a aposta entre amigos!!) consiste em saber se o Pedro vai plagiar o Santana... Se assim é - é o "mau" a copiar o "pior".

Haverá um projecto verdadeiramente interessante e estruturante para a capital?

É óbvio que não, de resto as referências de Lopes para Lisboa são a ex-Berlim-Leste e como método de sanear as finanças da autarquia teria no Governo o seu "banco privado" (in DN). Voilá, a receita caseira de S.Lopes para a cratera que ele próprio cavou na capital.

Esta é uma visão paranóica da política, levada a cabo por quem se considera a pessoa mais importante do mundo. Ou seja, Santana nutre por Lisboa um certo "amor". Que, doravante, passará a dominar a sua vida - de molde a tornar a pessoa que ama a mais importante do mundo - por via, precisamente, do objecto amado: Lisboa.

Para conseguir este desiderato terá que se treinar a carreira paranóide, porquanto a vitória final é fazer com que se seja amado pela personagem poderosa: Lisboa. Para que isto suceda - a pessoa em questão tem de ser uma pessoa especial, um político, um nome sonante. Lopes preenche esse perfil...

Mas também poderia ser um cantor pop, um jogador de futebol ou qualquer outro personagem que faça vida de aparecer em público. Nesta ordem, e para os simpatisantes e até militantes do psd que não querem Santana em Lisboa, por razões óbvias, comecem já a escrever a ídolos do futebol e da música pop, nunca se sabe se na volta do correio alguns dos destinatários poderão responder através da necessidade de criar uma boa impressão no público.

Mas, como diria alguém, nunca há uma 2ª grande oportunidade para criar uma 1ª boa impressão. É o que se passará com Santana em Lisboa.

Curiosamente, foi Guterres que o disse a Durão no Parlamento - com quem este perdia todos os debates na AR com o então PM, António Guterres. De resto, Barroso só chegou a PM porque aquele desertou por efeito de desgaste na sequência das eleições autárquicas de 2002.

Uns anos depois, a "cegada política" vinda deste psd repete-se, com contornos ainda piores, mas Lisboa suporta tudo, até falsas cartas d'amor...

Espero que a memória de Luiz Pacheco me perdoe, mas é que há várias formas de plágio, e as da política são ainda mais deprimentes do que na literatura.