Manuela Ferreira Leite e o "efeito Beaubourg" na política em Portugal. O monólito negro
A máquina Beaubourg assentava num enigma cuja carcaça apresenta um fluxo de informações, de signos e de circuitos, ou melhor de redes e de circuitos que emprestavam nome a uma estrutura que não tem nome, pois tratava-se duma estrutura de relações sociais entregue à ventilação superficial, e assim era animada por autogestão. Ora, esta metáfora evoca-me a forma e o conteúdo das prestações de Ferreira Leite na vida pública em Portugal. Pelas suas intervenções, seja por via das suas omissões ou das suas acções. Tudo alí é um monumento à implosão irreversível que está em andamento contra uma muralha d' aço e vidros. Ou seja, aparentemente Leite cumpre os rituais do poder que lhe competem, faz declarações (e que declarações!!!), vai a reuniões, apaga velas, agenda temas de trabalho internamente, assegura conferências, mas, na realidade, o seu centro político opera mais com um incinerador que absorve toda a energia cultural e política devorando-a que irá converter a experiência Ferreira leite na vida política em Portugal numa espécie de monólito negro que representa uma convecção louca de todos os conteúdos que até afogenta 30 deputados do seu próprio partido desconhecendo a causa dessa deserção.
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