James L. Jones - O gigante conciliador -
O gigante conciliador, in CM
Num governo dominado por personalidades fortes e muitas vezes antagónicas, cada qual com a sua agenda e visão particular do Mundo, é preciso alguém que saiba impor respeito e fazer aplicar a vontade do presidente. Barack Obama entregou a delicada missão a James L. Jones, um militar reformado, antigo comandante dos Marines, conhecido pela capacidade negocial e habilidade diplomática. É a este imponente mas discreto militar que caberá pôr na ordem os egos de ‘estrelas’ como Hillary Clinton e Robert Gates.
A decisão de Obama de criar um ‘gabinete de rivais’ tem sido tão elogiada quanto criticada pelos analistas políticos. Uns dizem que se trata de um golpe de génio, que não só traz para a Administração um conjunto de pessoas capazes e competentes, como de uma assentada silencia futuros críticos. Outros asseguram que juntar pessoas tão diferentes é uma aposta suicida, que mergulhará a Administração numa luta fratricida, com cada um a tentar impor a sua agenda.
Obama está consciente dos riscos – e a nomeação de James L. Jones como conselheiro de Segurança Nacional prova isso mesmo. O presidente eleito quer ter no gabinete uma personalidade forte, que saiba gerir o inevitável confronto de egos. E aqui, segundo a maior parte dos analistas, a sua escolha foi acertada: Jones, de 64 anos, é conhecido como excelente negociador, um homem tranquilo que obtém o que quer sem recorrer à confrontação. Mas é também um homem firme e directo, capaz de – com a autoridade dos seus 1,93 metros – dar um murro na mesa quando necessário.
Com uma carreira militar irrepreensível, James L. Jones entrou para os Marines mal deixou a Universidade, passou pelo Vietname, chefiou a missão de ajuda aos curdos no norte do Iraque após a primeira Guerra do Golfo e a ponte aérea para Sarajevo.
Jones é visto nos EUA como uma espécie de tesouro nacional, um exemplo de integridade e seriedade respeitado por democratas e republicanos. Será ele o grande responsável por fazer do ‘gabinete de rivais’ uma equipa unida. E terá sempre uma vantagem sobre as ‘estrelas’: o conselheiro de Segurança Nacional não faz oficialmente parte do governo, mas é dele que o presidente ouve a última opinião antes de tomar uma decisão.
A FIGURA
CRESCEU NA EUROPA
James L. Jones nasceu em Kansas City, Missouri, mas passou a maior parte da adolescência em França, devido ao trabalho do pai, executivo numa empresa de maquinaria.Formado em Ciências, entrou para os Marines logo após a universidade, iniciando uma carreira de quase quatro décadas de serviço à pátria, coroada em 1999 com a chefia do corpo de Marines e em 2003 como Supremo Comando Aliado na Europa, onde granjeou respeito internacional. Politicamente independente, discordou da estratégia de Bush para o Iraque e recusou por duas vezes ser vice de Condoleezza Rice. É casado, tem quatro filhos e oito netos.
Ricardo Ramos Obs: Digamos que a 5 de Outubro precisava dum perfil destes para disciplinar os anarco-sindicalistas que andam por aí entretidos em fazer acções de agi-prop.
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