quinta-feira

Alegre e Ferreira Leite: actores sem futuro, memórias do passado

O poeta Manuel Alegre tem um discurso redondo, ambíguo, por vezes intimista quando quer ameaçar o Zé Sócrates, mas sempre que faz a sua aparição nos media obriga-me a viajar no tempo - empurrando-me para os meus 6 aninhos. Então vivíamos todos em ditadura sob a patinha tutelar mas séria do velho Botas, António de Oliveira Salazar. E é sempre de Salazar e da luta anti-fascista que Alegre fala, pelo menos é essa a impressão que me deixa. Ou seja, Alegre é um homem do passado, com ele o futuro não existe...

E por falar em Salazar é uma certeza de arte de bem dizer que quando ela lê o papelinho as barucadas não são tão patentes, ou aparecem de mansinho - provocando menos estrondo nos media. Leite está no fundo da tabela no índice de agrado dos portugueses, Meneses não a poupa, as suas prestações são gémeas do péssimo e, ainda por cima, a srª leite tem a lata de vir reclamar direitos de autor por alguém lá no Governo lhe andar a plagiar as ideias. Ideias, mas que ideias!? Estará a srª Leite, porventura, a referir-se às preocupações que colonizaram o imaginário do poeta Alegre, ou seja, a ditadura!?

Aquele combateu-a no passado, esta propõe-a no presente como método de fazer reformas.

E o mais curioso é que são ambos pessoas da mesma idade, na fronteira dos 70. Tão diferentes, tão iguais.
Já agora, onde estava a Manela no 25 de Abril...