quarta-feira

Sinistralidade política em Lisboa. Haverá seguro de vida para Lisboa com estes actores?

QUATRO IMAGENS QUE EXPLICAM A NARRATIVA DA DESGRAÇA CASO LISBOA PASSE PARA AS MÃOS DESTE PSD. ESTA É A CRÓNICA DUMA MORTE ANUNCIADA.
Primeiro avança o coordenador-autárquico - Castro Almeida para comunicar a decisão do psd: apoiar Santana Lopes à CML nas próximas eleições autárquicas de 2009. Foi uma "escolha pacífica", disse Almeida (não confundir com os defensores da greve do lixo na capital).
Isto só pode dar lugar a uma competente risada, Almeida esqueceu-se do processo que levou Ferreira Leite a proibir Santana de avançar extemporaneamente. Santana obedeceu, mas não ficou quieto - e solicitou ao presidente da Distrital de Lisboa do psd, o sr. Carreras - que fizesse eco do seu nome para a capital, e Carreras fez o jeito ao amigo Lopes e foi para a antena da rádio gritar: Lopes, LOpes, lopes...
Ferreira leite entretanto fervia - porque não acertava uma em matéria de política económica para combater Sócrates no plano político nacional e, ao mesmo tempo, contava com um inimigo interno que lhe desobedecia em matéria de política autárquica - que Leite combateu no Congresso de Guimarães (no qual foi eleita) e que sempre defendeu (como Cavaco) como sendo uma má moeda.
Agora, é a mesma Ferreira leite - que propõe a má moeda para candidato à CML. É o esplendor da "corência" da Srª Leite no seu melhor (que parece que ainda é candidata a PM). Aliás, melhor do que isto, só a sua prestação em matéria de suspensão da democracia por semestre para implementar as suas reformas, certamente já a pensar em Santana como edil da capital.
Depois o quadro político em Portugal seria o seguinte: Ferreira leite em S. Bento - a governar Portugal em regime de ditadura, e Santana, que converteu Lisboa numa bancarrota, a (des)governar a capital.
Enfim, um dueto fatal nestes tempos de globalização predatória. Pior seria impossível.
Marcelo na RTP apresente livros, agora quer impingir-nos o Borda d' Água da Lapa.
Este militante do psd e ex-candidato à CML (derrotado por Sampaio em 1989) converteu-se
no comentador-do-frete. Qualquer dia nem já a Flor Pedroso o ouve...
O que é Marcelo haverá de dizer e de fazer? senão ser empurrado pelas circunstâncias, quais rolos compressores que o empurram para apoiar os seus correlegionários. Marcelo sabe que santana deixou Lisboa num caos financeiro, num pântano burocrático e envolto em múltiplos casos de corrupção - que até ajudaram a afundar o prof. Carmona Rodrigues - que é um técnico sério mas que se deixou manietar pelos caciques do psd. A gestão foi desastrosa, os casos de corrupção saltaram para os tribunais e Lisboa e os lisboetas só perderam com esses actores do passado que hoje pretendem regressar ao velho circo mediático das palmeiras da Figueira da Foz. Marcelo sabe isto tudo e, ainda assim, apoia a má moeda.
Porquê?
A resposta é simples: Marcelo tem memória, e nunca se esqueceu do trauma por que passou ao candidatar-se a edil da capital em 1989 pelo psd contra Jorge Sampaio, do PS, deu até um mergulho no Tejo na vã esperança de pescar mais uns votinhos, mas perdeu inglóriamente. Hoje a forma que encontra para fazer a sua vingançazinha retroactiva é apoiar aquele que durante anos e anos criticou - e até considerou, como Cavaco e Ferreira Leite, a má moeda da política portuguesa: Santana Lopes.
Explicitemos:
- Marcelo sustenta o seu apoio a Santana pela sua experiência autárquica, pelas suas ideias e pelos apoios das bases. Vejamos: Santana aproveitou a sua experiência para envolver a autarquia num défice monstruoso (e em actos de corrupção a serem julgados) que hoje a liderança de António Costa está a liquidar; depois, as belas ideias para a cidade que Marcelo imputa a santana devem ser aquelas pagas a peso d' ouro ao arq. Frank Gehry - cujas maquetas ascendem aos dois milhões e meio de euros; e os apoios das bases de que Marcelo fala suscitam as contradições iniciais de Ferreira leite ao mandar calar Santana - por se tratar de um rosto do passado que representa a bancarrota dos cofres da autarquia, as trapalhadas na gestão da cidade e uma total ausência de planificação das infra-estruturas para a capital nos próximos 10/20 anos.
Enfim, uma trapalhada em toda a linha - agora em versão de Banda Desenhada (BD) contada por Marcelo às crianças e lembrada ao povo.. Mas já não cola.
Portanto, diria que Marcelo acertou em cheio na sua vingançazinha a Jorge Sampaio por em 1989 este o ter obrigado a mergulhar no rio Tejo, tê-lo feito constipar para hoje ter de apoiar aquele que durante anos criticou e até combateu internamente na corrida pela liderança do PSD. É, pois, um apoio bipolar, politicamente esquizofrénico - típico das posições e das cambalhotas que o comentador já nos habituou.
Ou seja, a coerência (analítica e política) de Marcelo é semelhante à de Ferreira leite: ambos hoje têm de engolir um sapo chamado Santana Lopes para Lisboa.
Santana e as luzes da ribalta. Ele adora as luzes, as estrelas, qualquer coisa que brilhe ele lá está, porque o homem está desempregado (ser deputado é uma maçada!!!) e hoje já não é crível que António Mexia contrate consultores pagos a peso de ouro para rebentarem o quadro eléctrico à EDP. Os fusíveis já estão caros, a energia também vai aumentar para 2009. Santana é a cara do passado que hoje se quer reinventar - e a resposta é um Santana mais velho, sem ideias e com um duplo passivo que lhe tirou alguma da credibilidade que tinha enquanto eurodeputado: ter sido o pior PM do post-25 de Abril e o pior presidente de Câmara desde a fundação da democracia.
Arrisco-me até a dizer que esta conturbada propositura de Santana para a capital só teve lugar porque ela foi rejeitada na Figueira da Foz. O PSD de Sá Carneiro merecia melhor para a capital, mas devemos convir que entre Santana, Ferreira leite e o António Preto o partido (e as bases, como diria Marcelo) fizeram muito bem em escolher Lopes, assim a derrota será maior.
Uma derrota com sabor a cratera.

Leite, marcelo e tutti quantti acham hoje que Lisboa deve ser o novel brinquedo de santana. Já ninguém levava Leite e santana a sério, marcelo arrisca-se agora a ficar para a estória como o comentador-do-frete.

Já bem basta os livros que ele apresente, agora quer impingir-nos o Borda d' Água da Lapa...

Nem quero pensar o que o douto marcelo ensina aos seus alunos na faculd. de direito.

Na Alameda da Fac. de direito alguns alunos já se queixam, e dizem que só regressam às aulas depois das eleições autárquicas...

Menino Guerreiro