Manuel Alegre, o poeta protestativo. Um fenómeno sazonal e pré-eleitoral
Se o poeta Manuel Alegre (MA), que vive há mais de 30 anos à sombra do PS, não descobre em 48 ou 72h. uma fórmula para tirar Portugal da crise - e da aprazada recessão - este combatente aniti-fascista - passará à história como o alter-ego do Louçã e o ventríloco do BE. MA ou federa a esquerda marginal, anti-sistémica, sindicaleira e órfã de projecto agitada por Louçã (sob a desconfiança de Jerónimo e do PCP que se auto-excluíu desta cegada) - num partido com 2,5% - ou ainda vai ajudar Sócrates a reconquistar a maioria absoluta. O PSD neste quadro de incerteza e altamente movediço - tenderá - com esta liderança - a minguar, envolto que está em problemas de identidade, crebilidade, projecto e liderança. Logo a hipótese de Marcelo em o PSD de Ferreira leite capitalizar é contranatura, ilógica e inverossímel. Seria admitir que "os louçãs e os alegres" iriam todos votar na Manela, o que seria uma tonteria: a tonteria de Marcelo - que ele confunde com os seus próprios desejos. Nestes momentos Marcelo faz sempre o que lhe compete: subverter na secretaria do seu tempinho de antena para conseguir aquilo que nunca conseguiu no terreno. Está-lhe no sangue, e ele cumpre bem esse papel on tv. Para concluir, diria o seguinte: MA quer vencer correndo alguns riscos, se assim não for não triunfará em glória, e o poeta quer, de facto, ajudar Sócrates a reconquistar essa glória - deixando atrás de si um PCP e um BE mais enfraquecidos eleitoralmente. Quem disse que a poesia não poderá converter-se num projecto de Poder?!
PS: O plano de relançamento económico da Europa recentemente engendrado por Barroso - podia e devia servir para - além duma forte política de investimentos públicos que dinamize e vitalize o tecido da economia nacional que está hoje paralisado pela desconfiança dos agentes económicos, debilidade dos mercados e ausência de investimentos com sustentabilidade - traçar dois Planos urgentes em Portugal: 1) um Plano Nacional de Emprego - especialmente dirigido aos jovens licenciados (mas não só...) que em concertação com uma política de incentivos à empresa envolvesse as PMEs nacionais nessa nova inclusão; 2) e um Plano Nacional de Combate à Pobreza - traçado em conjunto com a igreja, as misericórdias, as ONGs, as IPSS - e o chamado 3º Sector (não lucrativo) que pudesse acudir de forma mais imediata áquelas situações de maior gravidade. Seria uma forma de procurar resolver problemas estruturais em Portugal (desemprego e nova pobreza) - que esta situação de crise e de pré-recessão mundial e europeia - e com uma dilatação do défice para os 3% no âmbito do Programa de Estabilidade e Crescimento da UE - deveria acarinhar e incentivar. Nunca vi Manuel Alegre - seja no passado remoto seja no passado recente - ter este tipo de preocupações - que, a existirem, ele bem poderia dar corpo e fazer eco através do lugar de que dispõe na AR.
<< Home